Crise existencial
Depois de uma vida intensamente insana a realidade desses novos tempos me apavora, a naturalidade que o tédio me invade e eu o percebo normal e irremediável me assombra. Quando nostalgio sempre há represarias e ameaças da extinção desse jeito de viver, é o querer mudar sem deixar de ser, seria paradoxal se fosse possível, já não sei o que sou, já não sei o proposito de engolir tanto, já nem sei se engulo ou se me deixo des-ser, será que a nova ideia do mundo é anular o próximo? Será que sei jogar esse jogo? Será que quero jogar? Será que sou assim? Espero que não, espero não alimentar do insulto a minha individualidade, espero que tenha um motivo para meu mudo enfrentamento, espero simplesmente ser, impossível ser. Espero que o motivo não seja tão fútil e se for espero perder por me recusar a jogar, espero o inesperado, simplesmente espero.