O RETORNO
E tu, quando já cansado de tanto sondares o meu lixo;
Toma-me agora todos os meus bens,
E busca ainda aniquilar até minh'alma apenas por mero capricho.
Mas inda que possas confundir até a minha defesa,
Deixando-me como pensas que sozinho,
Só que nada, nada temerei,
Nem aos teus pés me curvarei,
Pois sei que as tuas migalhas a mim oferecidas,
Não durarão mais do que a minha fartura de outrora,
Que é por ti, pilhada agora,
E que ao fim, cobrarás de mim,
O preço que só a alma pagaria,
Mas inda que eu humilhado esteja,
E que sozinho padeça,
E que a hora do meu julgo for chegada,
Renegado esteja tu,
Quando me vires sozinho e humilhado,
Desfalecendo, por ti pilhado,
Mas conservando de volta, limpa e resplandecente,
A parte de mim que por ti jamais fora tocada.
Falo de minh'alma,
Que livre há de estar;
Envolvida em mantos branco,
Pronta a “casa” retornar.