O RETORNO

E tu, quando já cansado de tanto sondares o meu lixo;

Toma-me agora todos os meus bens,

E busca ainda aniquilar até minh'alma apenas por mero capricho.

Mas inda que possas confundir até a minha defesa,

Deixando-me como pensas que sozinho,

Só que nada, nada temerei,

Nem aos teus pés me curvarei,

Pois sei que as tuas migalhas a mim oferecidas,

Não durarão mais do que a minha fartura de outrora,

Que é por ti, pilhada agora,

E que ao fim, cobrarás de mim,

O preço que só a alma pagaria,

Mas inda que eu humilhado esteja,

E que sozinho padeça,

E que a hora do meu julgo for chegada,

Renegado esteja tu,

Quando me vires sozinho e humilhado,

Desfalecendo, por ti pilhado,

Mas conservando de volta, limpa e resplandecente,

A parte de mim que por ti jamais fora tocada.

Falo de minh'alma,

Que livre há de estar;

Envolvida em mantos branco,

Pronta a “casa” retornar.

Josegomes
Enviado por Josegomes em 06/11/2012
Código do texto: T3972472
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