TALENTO...

Cada um tem um estilo e sua consequente formação. Movimento relevante da humanidade, a comunicação, hoje ganhou vulto de gigantismo. Neste espaço busco a singeleza e, creio, pelos cinquenta anos de leituras e avaliações em várias frentes, posso falar sobre valores. Evito ser gongórico ou declinar verbiagem, embora dicionarista, aproximado da etimologia, assim afastando ficar ausente a comunicação.

“Ergo os olhos da telinha do computador e olho este imenso e enigmático céu azul, que parece nunca ter ouvido falar de nuvens e tempestades. Um esquilo brinca de pular em cima do muro forrado de hera, e passarinhos cantam e voam, como sempre fazem. A vida parece definida, segura, como uma história já escrita da qual somos personagens com papéis definidos, cuja única preocupação é ler o script e desempenhar nossas partes. Mas não é assim...”.

É isso, “NÃO É ASSIM...” e não é qualquer um que enxerga. Mesmo vivendo suas verdades, sem mentiras, com a autenticidade da sensibilidade de descrever o mundo, a natureza e os sentimentos. É o que nos passa Anabaillune em texto seu ( crônica, "O INESPERADO"), pela sustentação de seu talento.

“A vida é totalmente inesperada”, diz Ana, por isso não é assim. A surpresa é nossa irmã, secunda o inesperado. Conclue: “pois acho que Deus, a fim de livrar-se da monotonia, deu-nos o tal livre-arbítrio, para que possamos fazer as nossas trapalhadas diárias e divertí-lo, todos os dias, de uma forma diferente, enquanto tentamos sair das enrascadas nas quais nós mesmos nos metemos.”

É esse “tal de livre-arbítrio” que dá o norte e o padrão definido por regras que nos mesmos traçamos e não seguimos com rigor.

“Mas a peça é sempre nova, todos os dias..... Mas a escolha é sempre nossa.”

Essa peça tem uma ordem e vários diretores que dão outras encenações, aqui a possibilidade de redirecionar o arbítrio anterior. “Mas em nossa cegueira voluntária, não enxergamos que somos sempre os atores principais desta nossa trama, e que noventa por cento de tudo o que nos acontece diretamente, é por causa de nossas escolhas.”, afirma Ana.

Esse o substrato maior, o conteúdo que impulsiona nossa existência, “tudo o que nos acontece DIRETAMENTE, é por causa de nossas escolhas”.

No meio desse vastíssimo laboratório de tantas personalidades encontradas e desencontradas, patológicas e saudáveis, Anabaillune mostra o talento de distinguir o grande móvel de tudo, a porta que se abre para vários caminhos, a escolha, a vontade dirigida a fim determinado, o arbítrio, livre para eletividade da opção. É esse desiderato que motiva o que seria a utilidade de dar um pouco de minha experiência nesse espaço.

Não se deve distinguir onde a evidência não distingue, mas não se pode negar certeza a quem faz sua vida girar em distinguir acreditado e afirmado na escolha. Não há outro caminho,

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 06/11/2012
Reeditado em 06/11/2012
Código do texto: T3971979
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