COMO SERÁ A LITERATURA NO FUTURO?
Será que sabemos escrever? Isto é uma pergunta que faço aos jovens, e isto não é para saber se são alfabetizados. Todos dirão que sim, porém se formos ler o que é escrito por eles acho que não sabem ainda ou desaprenderam. Para saber escrever devemos saber ler.
Resolvi escrever sobre isto a partir de uma frase dita em um telejornal sobre o ENEM, em que o repórter dizia: “na prova de redação os candidatos deverão saber ler, ou melhor, saber interpretar textos”. Isto me chamou a atenção e percebi que é uma coisa gritante em nossos dias: não saber ler ou escrever. Apesar do avanço e da modernização das comunicações, em que livros já são disponibilizados eletronicamente, os chamados e-books.
Digo isto com base em “pérolas” retiradas dos textos de redações das provas de vestibular e até de concursos públicos. É o reflexo da geração atual, onde se vê apenas abreviaturas, mal feitas por sinal, nas mensagens de texto neste universo da comunicação atual, incluindo computadores e celulares.
Os códigos criados pelo mundo virtual que passaram a compor um novo dialeto com os tais: “naum, kd, pq, axo, blza”, e por aí vai. Explicáveis pela velocidade necessária da escrita, mas não justificáveis quando estes “símbolos” figuram até em redações. Eles passaram a ser verdadeiros “vírus” da comunicação e expressão.
Vive-se no mundo do “control-c e control-v”, ou seja, “copiar e colar”. Bem do tipo das coisas fáceis, abreviando-se o tempo. Sem falar nas “coisas prontas” que a internet oferece. Ao mesmo tempo é admirável a habilidade com que vemos o uso do polegar para escrever num diminuto espaço de tela no celular, às vezes usando-se só uma das mãos. Na rua, na escola ou no trabalho, há jovens e até adultos, escrevendo ou lendo o tempo todo. Mas dentro de um mesmo circulo vicioso, a leitura virtual, aquela que toma conta de nossos momentos de trabalho, de laser ou de estudo, dividindo o tempo com estas tarefas, daí a necessidade de ser rápida. Contudo repito: Explica-se, mas não se justifica.
Portanto, preocupa-nos esta “velocidade das comunicações”, a saber, qual será o futuro da escrita, quando vão sendo deixados de lado o interesse por um bom livro e o hábito da leitura na busca do conhecimento. Fica a pergunta: Como será a literatura no futuro?