ESTÁ CHOVENDO NAS MINHAS LEMBRANÇAS...
Principalmente nas cidades do interior na nossa infância chuva significava ficar dentro de casa, brincando com as bonecas, fazendo roupinhas para elas, montando uma barraca debaixo da mesa, vivendo um sonho maravilhoso na nossa casinha de brinquedo, falando sozinha, cantando e uma “pá” de coisas que nossa imaginação permitia.
Quando acontecia de nós os netos estarmos na casa da vovó neste dia chuvoso, aí sim que a coisa era boa, o quarto transformava em um castelo, onde havia reis e rainhas e o principal um príncipe encantado e nós, meninas nos “digladiando” para conquistar seu coração. Como hoje vemos claramente que nossos sonhos infantis eram sempre os mesmos, simples, sinceros e sem maldade. O que povoava nossa mente vinha dos ensinamentos da palavra de Deus, da Escola abençoada, do exemplo da vida em família, das amigas queridas e principalmente de uma em especial. Gente!! Como é gratificante saber que, como eu, muitos de nossa geração tiveram uma amiga que sobressaiu e que amamos, confiamos, abrimos nosso coração, mas... Certamente houve decepções, frustrações e afastamentos por motivos tão “bobos”, mas, que á época tomaram proporções gigantescas. Como gostaria de pedir desculpas por algo que hoje eu acho que não fui aquela amiga que esperavam! Paciência!!! Peço perdão assim mesmo e envio um lindo pássaro para uma viagem longa, mas, com certeza a mensagem será entregue! Jamais saberei ao certo apenas ouvirei meu coração...
Ah! A chuva... Divaguei...Com os olhos da alma estou vendo o quintal de nossa casa, com um jardim maravilhoso, rosas lindas cultivadas com amor pela mamãe, flores diversas pois as amigas viviam trocando mudas de flores e frutos. O chão ficava escorregadio, a lama acumulava, as roupas no varal pareciam pessoas dançando, a fumaça do fogão de lenha era mais escura e o cheirinho dos quitutes parecia que ficavam mais apetitosos, nossos cães, molhados se escondiam onde podiam, as pombas ficavam quietinhas nada de voar, a arara do meu irmão Ronaldo, a “TITITI” se escondia no lenheiro que era o lugar que armazenavam as lenhas para acender o fogo no famoso fogão de lenha.
Como parece tão real na minha memoria, chego a sentir o cheiro da terra molhada, a chuva parando, o sol querendo aparecer, um arco íris ao fundo e eu feliz demais por poder relembrar tantos fatos que me fez muito feliz e no presente me fazem mais feliz ainda.
Goiânia, 13 de outubro de 2012. Sônia.
Para meditar:
Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. Hebreus 10, vrs.23. Bíblia Sagrada.