NOS BRAÇOS DO MORFEU
O dia amanheceu acinzentado, convidando-me a ficar mais um pouco nos braços preguiçosos do Morfeu. Recusei o convite, e fui caminhar.
As alamedas por onde caminho, estão vestidas de festa, é primavera.
Dezenas de sibipirunas se cobrem de flores amarelas, a do meu jardim é a mais bela, sou mãe coruja, fazer o que.
Acácias, mostram seus cachos, de uma beleza imensa. Ipês cor de rosa, criam um tapete de flores à sua volta. Flamboyant, mostra suas flores vermelho paixão, e tira de mim, longo suspiro de admiração.
Canteiros de lírios amarelos, lembram pedaços do sol em meio ao verde do gramado.
A beira do lago, carpas vem me olhar, na esperança de alimento ganhar. São lindas as carpas, e com que leveza deslizam nas águas limpas do lago.
Mangueiras carregadas de frutos, estão com os galhos esbarrando no chão, pitangas da cor de carmim, me convidam a parar a caminhada, colher algumas e saborear do gosto exótico dessa fruta. Jabutibacas, fazem a alegria dos sanhaços, bem-te-vis, e minha também.
O Morfeu não é concorrente para tão belo cenário por onde caminho todas as manhãs, e o dia nublado não me inibe, pois a natureza que me cerca, é convite irrecusável.
Hoje em minha caminhada, vi uma nesga de saudade se desenhar em minhas emoções. Mas, logo sacudi a poeira e dei a volta por cima (como canta, antiga canção popular) pois, para onde vou em viagem de férias, também tem cenários de tirar o fôlego, diferente desses que tenho aqui, mas tão belos quanto.
Então, lá também, o Morfeu não me reterá por muito tempo em seus braços, já vou avisando-o.
(foto da autora- sibipiruna)