MORTOS. VIVOS. VIVOS-MORTOS.

Sexta-feira foi dia dos mortos; me recolho. Não visito meus queridos e amados que já se foram. Meus mortos estão vivos, nunca morreram.

Somente rezo por eles, como faço todo dia, e sei que estão no único "Império Dominante", o da Paz.

Lá, na "ultima morada" material, estão restos, matéria transformada e em transformação, apenas zelo pelas sepulturas. Já não são argila animada, pó que aspirou oxigênio, são algo mais, paz e serenidade, onde não há sofrimento, doença ou morte material.

A vida gosta de flores, pode sorrir ao recebê-las. Devem ser recebidas em vida. Flores são festa, presença é solidariedade, em vida.

Os mortos vivem conosco, os vivos, nos fatos vividos, nas lembranças evocadas, na saudade como um mar que em ondas permanentes beija as brancas areias da praia, em vai e vem sem fim.

Nós, os vivos, levamos adiante a jornada e nossa atuação que viveu com nossos mortos queridos, onde fomos presença, assistência, amor, bem-querer, solidariedade, socorro, carinho, independente de conflitos familiares intransponíveis e rituais, comuns no âmbito familiar, sem ressentimentos, ódios ou rancores armazenados de forma a nos tornar mortos-vivos. Dívidas da alma que se expia...

Rebrilha o ensinamento do não-cristão, maior cristão que já viveu, e em tudo identificava a presença de Deus, “eu não tenho mensagem, minha mensagem é minha vida”. Gandhi.

Os mortos-vivos andejam perdidos, a procura de algo que não encontram....melhor, não se encontram.

São outros seres, perambulam com suas consciências inconscientes, e não as distinguem com clareza, obtendo o perdão de seus próprios altares em santuário pagão. Vagam, não vivem, e pior, não percebem...

Mas não devemos nos esquecer que o Ser incomum que por aqui passou e nada escreveu, nem um só vocábulo, friso sempre, Jesus Cristo, deixou para todos o perdão do Pai. E mesmo os sem luz , os mortos-vivos, têm a piedade e misericórdia do Pai. Pai não renega filho.

Para os que não tiveram o amor por Ele ensinado para com seus mortos, quando vivos, Cristo deixou sua cruz, o martírio que mitiga a ofensa e perdoa o ofensor.

Sábios, filósofos, doutrinadores, reis, papas, gênios, escreveram e são pouco lembrados. Ele, Cristo, está presente em qualquer local, em qualquer movimento da paz, em todos os pontos do mundo civilizado.

Sua lembrança é perene e perpétua, a dor muda que supera o tempo e se representa na Cruz do Gólgota pelos séculos sem fim.É o Senhor das Eras, o Guardião dos Tempos, o Marco da Misericórdia.

CRISTO É O PÃO DA VIDA. SÓ ENTENDE QUEM O RECEBE EM SEU CORAÇÃO.

Tenhamos com os mortos-vivos, a compreensão que teve Jesus com todos, não negando perdão aos que abandonaram seus mortos queridos quando vivos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 04/11/2012
Reeditado em 04/11/2012
Código do texto: T3968363
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