A Mentira, a Verdade e a Sinceridade

Pergunto-me até que ponto as pessoas se encobrem de mentiras, mas ao mesmo tempo desejam a verdade.

Comumente ouve-se “o que não suporto é mentira” ou “quero uma pessoa que seja sincera”... Sim. A sociedade busca pela sinceridade, pela verdade. Mas há uma linha tênue entre ambas. Portanto, antes de mais nada, deixe-me explicar: nem sempre ser sincero condiz com a verdade. E, muitas vezes, sê-lo machuca muito mais do que dizer a verdade, de fato. Por isso, escolha ser verdadeiro.

Enfim...

O mais engraçado é que mentimos. Sim, mentimos. Nos incomodamos com a mentira, buscamos pela sinceridade, pela verdade, mas mentimos. Mentimos, às vezes, para proteger alguém. Mentimos, às vezes, para causar menos confusão. E então nos acostumamos com a mentira. Ela passa a ser o cardápio natural da sociedade contemporânea. Algumas pessoas, claro, criticam aqueles que mentem. No entanto, não percebem que também mentem. Óbvio, há quem minta mais e há quem minta menos. Há quem minta de forma que não seja prejudicial a ninguém e há quem minta justamente para ferir alguém. E mais, há quem prefira a mentira. Mas, sim, todos mentem.

E era este o meu foco principal: preferir a mentira. Veja bem a ambiguidade: desejo que as pessoas sejam sinceras e verdadeiras, mas prefiro a mentira. Estranho? Não! Comum. Vejo um número grandioso de pessoas que preferem se enganar com uma doce mentira; pessoas que se tornam cegas e surdas por opção; pessoas que têm medo de enfrentar a verdade; pessoas que pedem uma opinião verdadeira, mas que não querem, de fato, ouvir a verdade.

E isso é o que, geralmente, acontece comigo. Claro, eu minto. Minto como qualquer indivíduo contemporâneo. Mas a minha mentira não é prejudicial nem tampouco constante. Busco ser a mais verdadeira possível. Portanto, antes de pedir a minha opinião, tenha a certeza de que não vou enganá-los, de que não vou supri-los com aquilo que desejam. Porque a verdade dói para aquele que não esteja preparado para ouví-la.

(Em 2011)