A CASA DA SERAFINA E O BOLO DE NATAL

Eu pego, eu solto e empino, sussurro e ouço a vóz, apelo pros mapas

e descubro teu corpo a cada pedacinho...Os outros não sabem, nem o

que te chama de esposa, nem as ruas ou as folhas das arvores da tua

rua, nem o padre que te confessa, sabe dos teus desejos. Eu te vejo e

te encontro entre nuvens e musicas de Jim Morrison, pego todas noites

tuas mãos e caminho pelas ruas de Nova Iorque, sorrimos e entramos

em casas noturnas e padarias..

Te devolvo antes do amanhecer, te abraço, tiro tuas langeries e voce

me olha com olhares de fogo, eu entro em você e seus pelos sobem e

arrepiam, nossos corpos ignorando a lei da gravidade, apenas ouvindo

a musica na radio que eu adoro ( e ela toca em qualquer lugar rs) O

barulhinho sereno da chuva, o som dos pneus nas aguas das ruas e o

nosso quase silêncio, abraçados numa cama que sabe-se lá de quem é..

Está chegando o Natal, e adoramos o bolo confeitado, o gosto especial

e as frutas que adoçam nossos labios, eu e você em frente a casa bela

da Serafina, cheia de enfeites e de mulheres, de gente perfumada com

cara de quem tomou banho.. E nós andamos fugindo de tudo, da alma

penada e do apito do trem, nós não somos namorados, nem maridos e

nem mulher, não somos padres e freiras e nem colegas de escola, seus

cabelos usam um shampoo que não está no meu banheiro e ninguem

imagina que nos encontramos todas as noite, pegamos nossa nuvem

magica, e voamos pra passear nas calçadas de Nova Iorque....

trindade
Enviado por trindade em 03/11/2012
Reeditado em 03/11/2012
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