Apenas dois relatos a propósito da MEDICINA VETERINÁRIA
Na qualidade de educadora, mãe, avó, tia, irmã e mais e mais, apresento dois relatos que justificam a minha preocupação com a questão da participação da Medicina Veterinária nas redes sociais.
Quando docente em Curso de Pedagogia, estava em sala de aula, iniciando a avaliação escrita das formandas. E eis que de repente, “não mais que de repente”, uma cena incrível e constrangedora surgiu na porta de entrada. Quatro homens fortes tentavam introduzir na sala uma senhora, minha aluna, mãe, também, avó também. A cena está gravada em minha memória e não seria eu o tipo de professora a exigir a presença de uma aluna a uma avaliação em uma situação como aquela.
Os homens, com bastante dificuldade, acomodaram a senhora em uma carteira escolar apertada enquanto um deles puxava outra carteira e, depois, os quatro lutavam para colocar a perna da aluna esticada, pois não tinha mobilidade. A perna estava lilás e cerca de três vezes mais grossa do que realmente era ao natural.
Tentei conversar com eles e com a aluna no sentido de que não haveria necessidade daquilo e que eu cuidaria junto ao departamento para que a avaliação fosse feita em casa da aluna. Perguntei do que se tratava e ela mesma narrou que tinha sido arranhada por um gatinho doméstico; e que estava em intenso tratamento, sob cuidados médicos. Perguntei imediatamente se o animal era vacinado. Sim, rigorosamente vacinado, com carteirinha e tudo como manda o figurino. Disse a pedagoga ainda que o animalzinho estava apenas brincando e que não foi um ataque. Sim, isto mesmo, animais irracionais agem por instinto e não precisamos ser especialistas em veterinária para saber disto.
O outro relato é breve e diz respeito ao meu primeiro sobrinho. Tínhamos um lindo gatinho e, a cada vez que acordava, o meu sobrinho descobria que o animalzinho estava deitado e aconchegado ao seu peito, bem pertinho do rosto. Coincidência ou não, o meu sobrinho que já tem mais de 30 anos, é asmático e vive em tratamento.
No Facebook, por exemplo, é comum avistarmos lindas fotos coloridas com crianças arrodeadas de cães ou de gatos. Será que conviver com animais domésticos como se eles fossem seres humanos e nossos parentes, filhos, irmãos é recomendável?
Espero a manifestação da Medicina Veterinária nas redes sociais, pois cada cientista tem o dever de orientar, educar.
Não admitirei que participantes do Face e outras pessoas possam supor ou afirmar que sou inimiga dos animais domésticos ou de outros quaisquer. Não se trata disto, mas de Educação.