PEÇO DESCULPAS Á MIM

A madre que me trouxe, a quem já não tenho e tanto amo a lembrança, sem saber, e se soube talvez na sua simplicidade e extrema doação, não entendeu que minha alma já sofria... Levou-me a imitar seu tão grande amor pela família. O incessante cuidado não somente com a prole, se alienando, se doando incondicionalmente, promovendo grandes momentos de parcerias, confrontamentos de amor...

Me, vi conscientemente trilhando a mesma jornada que ela, e me acomodei. Afinal pensava que o Criador, assim havia escrito, e assim deveria ser. Pensei pudesse viver em prol, tão somente do bem estar dos meus amados, como ela a minha saudosa mãe, o fez. Situações de comum convívio familiar me faziam, crer que eu era, um ponto de reflexão na família era exemplo, para alguns "Visão que talvez nem fosse real, mais me faziam assim acreditar, porque algumas vezes, essa conotação me foi dada", por tios e também em tantas e repetidas vezes pelos meu pais.

Meu calendário, já marcou tantas datas limites, à partir de quando eu iria cuidar "bem de mim", eu daria a chance de ser resgatada do limbo, espontâneo onde me mantive. Mais a cada tempo, prorroguei por tantas e tão diversas razões e motivos.

Houve um dia que cheguei ao limiar, mais a duvida madrasta também estava por ali, e ela me aconselhou...má companheira ou não ?

Não sei dizer...

Me devo, desculpas... Tanto eu quis e não fiz !

Hoje meu céu, me mostra pontos de luz, possibilidades remotas que ainda somente utopias.

Se... Na madrugada quente ou fria eu ouvisse um trotar rumo a minha janela, um cheiro de rosas em meio ao suspiro da noite... sairia sem arrazoar, sem calçar meus velhos chinelos, sem minhas malas e cantarolando uma sonata...