FANTASIA MORTAL
Quando eu era garotinho, costumava me ver flutuando sobre nossa casa sentindo no rosto a maciez de nuvens de algodão, lá de cima podia ver todo bairro onde eu morava e até onde estava brincando meus melhores amigos, o que sempre me facilitava encontra-los quando a gente brincava de esconder.
Voltava para casa, sempre montado num enorme alazão, que atacava com patadas e mordidas qualquer monstro ou animal feros que se atrevesse a se meter comigo.
Os bandidões que se escondia debaixo da minha cama, fugiam pela fresta da janela morrendo de medo quando meu pai vinha me arrumar à coberta.
As fantasias de hoje são muito diferente; os monstros que ameaçam nossas crianças e nossos jovens não podem ser vencidos por patadas de um animal imaginário. As drogas tais como demônios invadem, nossas ruas, nossas praças, nossos bares, nossas escolas e até nossas igrejas, toma de assalto nossas casas e levam embora nossos filhos, não mais para reclinarem a cabeça sobre nuvens de algodão, mas para morrerem sob o jugo da marica de crac, ou emburrecidos pelo baseado de maconha ou ainda obcecados pela brancura letal da carreirinha de cocaína. Por causa da incompetência do estado em criar leis mais enérgicas que iniba o tráfico e, os milhões de dólares que a droga movimenta; faz com esse flagelo social suba os morros das favelas e desfile atrevido pelas avenidas dos bairros “chics” da classe média, se alastrando pelas grandes e pequenas cidades do país como labareda em capim seco quase sempre atiçados pela corrupção policial.
Voltando um pouco no tempo vemos que nos ano sessenta o Brasil ainda com seu jeitão meio rural e livre da ditadura da televisão, e muito distante da explosão industrial, os pais tinham tempo de dialogar com seus filhos, tomar café da manhã com eles, pescar juntos de vez em quando e principalmente tinham tempo de olhar nos olhos dos filhos e perceber a tempo a tempestade que se aproximava; traficante nesse tempo era coisa de cinema. Hoje o mundo pregado pelas “redes globo” da vida é muito diferente; o homem moderno é apressado, mora ilhado por altos muros protegido por cercas elétricas e câmeras de segurança; cada um está preocupado com o seu próprio umbigo tentando ser feliz por conta própria, esquecendo que é um animal racional/social, criado imagem e semelhança de Deus, com a vocação de ser família.
Em muitos lares, os pais não assumem o seu sagrado papel; os filhos têm a arrogância dos prepotentes, o diálogo e o respeito a muito desapareceram. Os membros da família se reúnem sob o mesmo teto, não para partilhar suas vidas, mas como bichos disputando a liderança do grupo, quase sempre com um prato na mão, engolindo a comida mecanicamente sem sentir o gosto, hipnotizados pela enxurrada de contra valores, despejada impiedosamente por esse retângulo luminoso que mais gera trevas que luz, chamado carinhosamente pelo diminutivo, ”TV”.
A solução não está em mudar do mundo se escondendo atrás de muros e trancas, nem em colocar o exército nas ruas ou queimar traficantes em praças públicas, afinal gostemos ou não, eles também são amados por Deus e precisam de oração, a solução está sim, na restauração da família e de valores imutáveis como o respeito, o amor, o diálogo e Deus.
Por falar em Deus, qual a última imagem que seu filho guarda na retina quando vai dormir, da família reunida em oração, ou do big brother.
Pense nisso. Ainda está em tempo de mudar.
Gilbertolima