Deus abençoe a América!
A Bolívia está para o Brasil assim como estamos para os Estados Unidos. Este é um pensamento que me ocorre, como deve acontecer com muita gente. Essa talvez seja raiz de nosso menosprezo ao Evo Morales e a seu país. Em achar que os negócios entre Brasil e Bolívia não são predatórios para eles, apenas porque somos dependentes de gás natural. A imprensa brasileira passa para a opinião pública as desvantagens que teremos sem as condições de preços negociadas por quem mandava naquele país antes da eleição do mencionado presidente.
Por mais distante que pareça, esse fato me reporta o caso “Legacy /Gol” quando retivemos os pilotos americanos enquanto se procediam as primeiras investigações sobre o acidente e a reação da imprensa americana. Eles (a imprensa de lá) antecipavam uma provável inocência dos pilotos só por serem americanos. Além do que, à medida que o tempo passava, vinham à tona nossas falhas de cobertura dos radares do Sindacta. Nós tomamos conhecimento dos nossos problemas, sobre a abrangência e limitações desses radares, pela imprensa brasileira e não pela americana. Até nisso somos semelhantes. A imprensa de lá só noticia o que julga interessante para o povo americano saber. A daqui também.
Onde está a verdade? Muito provavelmente não é com a imprensa sensacionalista, o que nos dias de hoje, é quase sinônimo de grande imprensa em boa parte dos juízos de valores reportados nas notícias.
Como poderemos ter isenção para achar qualquer coisa da Bolívia ou do próprio Hugo Chavez, da Venezuela, se nesses assuntos somos em maioria, a caixa de ressonância de um bombardeio de informações que percebo tão preconceituosa quanto a que sofremos do 1º mundo?
Será que todos não estão afinados com uma versão desafinada dos fatos? Evidentemente, este é apenas um pensamento questionador, que não visa nada além de se pensar sobre as unanimidades aparentemente óbvias. Talvez os americanos tenham razão em relação a nós e nós em relação à Bolívia. Se assim o for, que “Deus abençoe as Américas do Norte e Latina” (na proporção exata das riquezas dos seus países).