QUE OS MEUS INIMIGOS ME ERREM! ("As coisas mais desagradáveis que os nossos piores inimigos nos dizem pela frente, não se comparam com as que os nossos amigos dizem de nós pelas costas." — Alfred de Musset)
Os alunos modernos perderam sua admiração pela intelectualidade dos seus professores mais velhos e fingem não acreditar na internet. Não sei o porquê desse fenômeno, mas, veja você: Em uma aula de filosofia, na qual discorria sobre lógica, então eu confeccionava alguns silogismos, no quadro. Quando uma aluna do 2º A me interrompeu com um exemplo "fantástico": — "Todo professor é burro/ O professor de português é burro/ logo, todo professor de português é burro." Ninguém riu! Constrangeu até mesmo seus colegas compartilhadores das mesmas vinganças. Fiquei estarrecido, não sabia dizer nada, apena disse que agora compreendia a razão do mau comportamento da maioria da classe. Talvez por não terem interesse no conteúdo do professor, então não vale a pena ouvi-lo, e não basta apenas aquietar-se, ainda tem de perturbar os outros. Ou eles, não aceitam a superioridade do professor, pois não têm o hábito de respeitar as pessoas mais velhas e diplomadas, ou se sentem humilhados por saber que sabem muito pouco? O "sem-gração" tomou conta de todos nós naquele momento. Posso até está errado, porém ficou claro sobre essa aluna não gostar de seus professores, e isso não é raro!.
Outra aluna do ensino fundamental, reclamando comigo, aos gritos, por que minhas aulas não são criativas, são sempre baseadas no livro didático adotado, constrangeu-me também, ou melhor, achei a sua observação atrevida por está sendo feita por alguém inimiga da decência e da ordem (Já falei dessa aluna em outra crônica — O Menear da Gangorra!). Será se ela estaria disposta a pagar cópias de novos textos, enriquecedores da aula, pelo menos? É impressionante notar os bons alunos do início do ano, quando alcançam a média suficiente para progressão, já no terceiro bimestre, transformam-se em indisciplinados, e no último bimestre já não se consegue ministrar a aula produtiva!!! E a culpa é do mestre!!!
Um tal Zequinha, o mais indisciplinado do 2º A, afrontou-me também dizendo que eu só sabia responder o exercício proposto, porque as respostas daquelas questões estavam no livro do professor (respondido). Fui grosso com ele, pedi que me fizesse qualquer pergunta, pois a todas que ele conseguisse elaborar, eu daria conta da resposta certa (Eu estava confiante na sua incapacidade de elaborar perguntas ou ainda, na sua incompetência de julgar qualquer resposta dada).
Como querem ser ensinados os processadores de professor se o ensinar é um ato de amor e o aprender de respeito? Responde o Erasmo: "A primeira fase do saber, é amar os nossos professores." E complementa Johann Goethe: "Em toda a parte só se aprende com quem se gosta".
Enquanto a relação professor/aluno se parecer à ilustração retratada, sobre os dois burrinhos amarrados, pelo pescoço, com uma corda curta, entre duas moitas de capim, o resultado sempre será o mesmo: Um puxa na direção da moita à sua frente o outro puxa também para sua, mais próxima, então morrem tentando comê-la (Por isso o sistema educacional está morrendo!). Pois, a corda nunca vai romper-se; sim, morrerão de fome. A não ser que o menos burro deles ceda, evitando a morte e convide o outro a comer de seu capim e juntos devorarão as duas moitas, uma de cada vez. É isso que estou fazendo!!! Ô Deus, "Torna mudas as pessoas que falam mentiras e ameaçam os justos, com orgulho e desprezo." (Salmos 31:18 BV).