São Paulo Sitiada {Nem teme, quem te adora, a própria morte}

De mãos atadas vejo em meu bairro uma pequena parcela da violência que, talvez, para mim parece hoje maior por ter batido em minha porta; somos obrigados fechar  nossos comércios, apagar as luzes de nossas casas, e escutar o estampido seco de tiros; nada dizem os jornais, a autoridade maior do estado de São Paulo, simplesmente diz : “Tudo está bem”.
Hoje não quero criticar homens e mulheres que juraram defender-nos com o sacrifício da própria vida, pois o que podem fazer?
São homens como nós, sujeitos a erros e acertos, muitos possuem filhos... Sentem medo... Mas bons, ou ruins, pois toda constituição humana é feita de homens bons e ruins, por um soldo digno de vergonha, vestem suas armaduras, e arriscam a vida... Assim como nós, podem não voltar para casa, para seus filhos, para seus maridos e esposas, suas mães e pais... Juram seguir ordem de um estado maior que não lhes dão suporte, e por isso somos obrigados a seguir a cartilha de certas “ONGs” alternativas e criminosas... Como no simples ato de nos trancar em nossas casas, e ainda sim correr o risco delas serem invadidas, nem mesmo em nosso lar gozamos de segurança...
Hoje corro o risco de prestar minha homenagem ao Policial Militar, do estado de São Paulo em especial, e dar a ele o apoio de minha oração e de minhas humildes palavras aqui...Mas não hostilizarei criminosos, pois o mesmo sistema que forja o policial que suja o nome da corporação, forja o criminoso, e seremos estimulados por aquilo que mais se sobressai em nós, em nossos valores e por sermos tão divergentes um dos outros em valores é que somos feitos de bons e maus.
O que podem fazer estes fardados, que são o escudo de uma democracia doente como a nossa?
Quando matam sem razão, quando perdem o controle, quando abusam de seu poder, não há o que justifique, mas é muita pressão, devo imaginar, como é vestir uma farda e ainda sim não ser aceito, apoiado e ser hostilizado pelas próprias pessoas que juraram defender com suas vidas...
Em momentos de perigo, de dificuldade, na hora de um socorro imediato, em alguns casos, pensamos primeiramente na policia, discamos 190, depois pensamos em Deus, e da mesma forma que esquecemos de Deus quando não existem perigos e problemas, esquecemos da policia também.
Sonhei ser a primeira mulher da “Ronda ostensiva Tobias de Aguiar”, mas eu percebi que não tenho competência para tal, pois não seria subordinada a um Estado que não me apoia...E não sei como isso refletiria na “rua”, talvez deturpasse todo idealismo militar e abusaria de minha farda me tornando um verme, adoeceria junto com o meu “Estado”.
Hoje quero dar um minuto de silêncio e o meu amor incondicional para estes homens e mulheres que se arriscam em seu trabalho...Que a paz visite os que se foram...
Também não quero vibrar amor só para eles, mas para os “vida louca”...São humanos, erram, mas podem vir a acertar, mesmo que seja no ultimo suspiro, tal como Dimas que morreu ao lado de Jesus.
Bandidos e Policiais possuem mães, e todas elas sofrem, e vamos considerar que muitos bandidos, vieram de uma família sem condição de educa-los, mas conheço muitas mães boas, que possuem filhos que são honestos e outros que foram por caminhos errados.
Hoje eu sinto como nunca antes senti que: “Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!”


Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 01/11/2012
Código do texto: T3963652
Classificação de conteúdo: seguro