DO QUE RESULTAR, DÁ CRÔNICA
Para mim, o momento da crônica é quando para ela sobra-me o tempo e falta-me o assunto, que tento encontrá-lo no ócio.
Põe-se uma ideia a rondar-me o campo imaginativo. Vai, vem, oscila e nele hesita pousar. O tempo é bom; mas as palavras, ao vento, levam o meu pensamento à sombra da variação. Como as folhas secas, soltas, quero alcançá-las ou, como as bolhas de sabão, soprá-las. Elas, em evasão, deixam-se escapar à minha mão. De repente vejo que, cronologicamente, em quantos assuntos penso, assim num texto seco, enxuto, não idealizado. Apenas fui pensando e...
Vi que a crônica é a mais descomprometida forma de expressão escrita. A crônica não é um conto. O conto conta; a crônica desconta, conversa e desconversa. Não tem complexidade de enredo mirabolante. É fato e foto. Por isso ela permite descontração. Não gosta de pose, se dá bem com a naturalidade.
A crônica é uma conversa; ou melhor, um papo. Desses que a gente leva no café da manhã, na hora do almoço, no intervalo da aula, após assistir ao filme ou ao futebol. Se não for assim a crônica se nega, e dela fogem as palavras. Perdem-se ao vento como as folhas e as bolhas.
Escrever é um jogo de ideias com uma seleção de palavras no campo do pensamento. O resultado é imprevisível, haja ou não substituição, conforme maior ou menor reserva vocabular. É uma composição semântica em disposição sintática, numa coordenação lógica. A regra é combinar essenciais com integrantes e acessórios. No final, estarão na torcida os leitores, e em cada qual um juiz.
Até bem pouco eu não sabia exatamente sobre o que iria escrever, e assim fui-me pondo em movimento. Gastei o tempo de que dispunha criando ideias, superando o ócio, driblando palavras. Se o resultado foi positiva ou negativamente discutível, da partida resultou a crônica.
___________
Amor de Mel, Amor de Fel.
https://www.youtube.com/watch?v=UjE_XvpsgKo&feature=related
Tenho um amor
Que não posso confessar...
Mas posso chorar
Amor pecado, amor de amor,
Amor de mel, amor de flor,
Amor de fel, amor maior,
Amor amado!
Refrão:
Tenho um amor
Amor de dor, amor maior,
Amor chorado em tom menor
Em tom menor, maior o Fado!
Choro a chorar
Tornando maior o mar
Não posso deixar de amar
O meu amor em pecado!
Foi andorinha
Que chegou na Primavera,
Eu era quem era!
Amor pecado, amor de amor,
Amor de mel, amor de flor,
Amor de fel, amor maior,
Amor amado!
Refrão:
Tenho um amor
Amor de dor, amor maior,
Amor chorado em tom menor
Em tom menor, maior o Fado!
Choro a chorar
Tornando maior o mar
Não posso deixar de amar
O meu amor em pecado!
Fado maior
Cantado em tom de menor
Chorando o amor de dor
Dor de um bem e mal amado!
http://www.youtube.com/watch?v=5vB1_Ef_KXQ
Para mim, o momento da crônica é quando para ela sobra-me o tempo e falta-me o assunto, que tento encontrá-lo no ócio.
Põe-se uma ideia a rondar-me o campo imaginativo. Vai, vem, oscila e nele hesita pousar. O tempo é bom; mas as palavras, ao vento, levam o meu pensamento à sombra da variação. Como as folhas secas, soltas, quero alcançá-las ou, como as bolhas de sabão, soprá-las. Elas, em evasão, deixam-se escapar à minha mão. De repente vejo que, cronologicamente, em quantos assuntos penso, assim num texto seco, enxuto, não idealizado. Apenas fui pensando e...
Vi que a crônica é a mais descomprometida forma de expressão escrita. A crônica não é um conto. O conto conta; a crônica desconta, conversa e desconversa. Não tem complexidade de enredo mirabolante. É fato e foto. Por isso ela permite descontração. Não gosta de pose, se dá bem com a naturalidade.
A crônica é uma conversa; ou melhor, um papo. Desses que a gente leva no café da manhã, na hora do almoço, no intervalo da aula, após assistir ao filme ou ao futebol. Se não for assim a crônica se nega, e dela fogem as palavras. Perdem-se ao vento como as folhas e as bolhas.
Escrever é um jogo de ideias com uma seleção de palavras no campo do pensamento. O resultado é imprevisível, haja ou não substituição, conforme maior ou menor reserva vocabular. É uma composição semântica em disposição sintática, numa coordenação lógica. A regra é combinar essenciais com integrantes e acessórios. No final, estarão na torcida os leitores, e em cada qual um juiz.
Até bem pouco eu não sabia exatamente sobre o que iria escrever, e assim fui-me pondo em movimento. Gastei o tempo de que dispunha criando ideias, superando o ócio, driblando palavras. Se o resultado foi positiva ou negativamente discutível, da partida resultou a crônica.
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Amor de Mel, Amor de Fel.
https://www.youtube.com/watch?v=UjE_XvpsgKo&feature=related
Tenho um amor
Que não posso confessar...
Mas posso chorar
Amor pecado, amor de amor,
Amor de mel, amor de flor,
Amor de fel, amor maior,
Amor amado!
Refrão:
Tenho um amor
Amor de dor, amor maior,
Amor chorado em tom menor
Em tom menor, maior o Fado!
Choro a chorar
Tornando maior o mar
Não posso deixar de amar
O meu amor em pecado!
Foi andorinha
Que chegou na Primavera,
Eu era quem era!
Amor pecado, amor de amor,
Amor de mel, amor de flor,
Amor de fel, amor maior,
Amor amado!
Refrão:
Tenho um amor
Amor de dor, amor maior,
Amor chorado em tom menor
Em tom menor, maior o Fado!
Choro a chorar
Tornando maior o mar
Não posso deixar de amar
O meu amor em pecado!
Fado maior
Cantado em tom de menor
Chorando o amor de dor
Dor de um bem e mal amado!
http://www.youtube.com/watch?v=5vB1_Ef_KXQ