PINGOS NOS IS!

Não só em todos os círculos que frequento, como também, de uma maneira geral, sou testemunha de críticas em relação ao advogado. Não só a ele, mas a todos os profissionais ligados ao direito. E, não é de hoje! É comum escutar, “advogado é malandro, de porta de cadeia, desonesto”, ou “os juízes são corruptos, vendem sentença”. E por aí vai.

Longe de mim, querer ser corporativista. Não pretendo defender quer este, ou quer aquele. Apenas, como advogado, julgo-me no dever de, sem generalizar, é claro, apontar que, em todas as profissões, existem os bons e os maus profissionais.

Lendo um artigo de jornal, assinado por dois professores de Direito da USP, defendiam eles a posição do advogado em cobrar honorários, ao sustentar que tal medida não pode ser levada como lavagem de dinheiro, em conluio com o cliente. Trata-se da contraprestação de um serviço contratado, como qualquer outro executado por um profissional liberal. Por que só em relação ao advogado essa suspeita?

E, sob outro aspecto, mais importante, ele estudou para ser um instrumento de consecução do direito, e, por juramento, tem a obrigação de agir em prol desse objetivo.

Todos devem concordar, que na medicina, por exemplo, quantos casos de erro médico são constatados? Quantos médicos são acusados de abuso sexual de clientes? Quantos usam de meios escusos para conquistá-los? Nem por isso, leva a classe à má fama!

A mesma coisa se dá com engenheiro. Quantas obras desabam por imperícia do profissional? E as construções projetadas por engenheiros e arquitetos nas encostas de morro, sujeitas a avalanches, como tem acontecido no Rio de Janeiro, e em outros locais, nas estações de chuvas, acarretando centenas de mortos?

E, assim, acontece com todas as categorias de profissionais! Por que só o advogado carrega essa cruz? Não há duvida de que certos fatores contribuem para com isso, tais como a maior somatória de profissionais, em consequência do grande número de escolas, a maioria de conceito duvidoso. Admitem e formam pessoas sem a mínima condição intelectual e de baixo nível moral, ocasionando o surgimento de maus advogados.

Dessa forma, há necessidade de se colocar um paradeiro nesse estado de coisas.

Inclusive, cabe também àqueles que necessitam em utilizar os serviços do advogado, que procurem selecionar o profissional eleito, através de informações das mais variadas fontes, fazendo uso, porque não, da tão em voga ficha limpa. Já seria um meio de expurgar os maus elementos.

O que não se pode admitir, ou o que mais desejo, é deixar de ouvir aquelas exclamações a que me referi, no começo deste texto.

Incomoda-me muito!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 25/10/2012
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