OS INTELECTUAIS.

Desde o avanço do iluminismo com a Enciclopédia de Diderot, o movimento já tinha seus passos em Milton, Locke e Hobbes, envolvidos em desmistificar a filosofia como diletantismo, apurando-a aos planos de melhorar a humanidade, o humanismo.Era movimento da inteligência.

Spinoza centra a vida e respectivos comportamentos, neles incluído o religioso, na necessariedade de " non ridere, non lugere, neque detestare, sed intelligere." Não devemos rir, nem lamentar ou detestar, mas entender.

O Iluminismo distinguindo a razão da fé, nem por isso deixou de ditar a Lei Moral no que se embasam as crenças justificadas pelo que é bom em termos gerais.Isso devia acontecer com a política.

E os pensadores estavam primordialmente no movimento agregados. Todos os movimentos libertários do direito e da desagregação do Estado e sua reposição reeducada se fincaram no iluminismo.

Na caça do entendimento, voltou-se ao pragmatismo do classicismo grego. O entendimento com equação visando harmonia foi o que sempre se buscou. Os desmandos do homem personalista guindado ao Poder Estatal não permitem o exercício desse princípio. O coletivo foi esquecido, em favor do individual.

A política sempre se serviu dos movimentos da inteligência, dela promanados. Alimentava-os os intelectuais.

No Renascimento, os príncipes tinham próximos os intelectuais, os uomini d’ingegnio,(homens de gênio) como foram Dante e Da Vinci. No Iluminismo, os pensadores ( a inteligência, o "logos") abraçando a razão, distanciaram-se da realeza, do Estado absolutista, fundamentalmente dos derradeiros Luizes. Por quê? Para combater a subtração de direitos de ordem natural pelo Estado. "Je suis L Ètat", era o timbre reinante, bastante conhecido.

Contemporaneamente os intelectuais se afastaram da política. É de fácil visão. Até mesmo em cargos de assessoramento teme-se envolvimento com espaços menos nobres.

Creio e tenho firme certeza que os valores políticos se desviaram e dissiparam-se por força desse afastamento. Quem não pode praticar a Ética (ciência) no exercício do Poder Estatal de gestão nem o assessorando, dele se distancia.

O judiciário, mesmo com as falhas humanas inerentes ao sentido da condição humana, é o Poder onde se encontra a visão social mais ampla, por um simples motivo, lidam os magistrados diariamente com os conflitos de interesses de toda a sorte, e conhecem de perto as mazelas humanas.

Uma das maiores foi assistida agora - pois rompe os alicerces da República em seu maior pilar, a representação popular - o que se deu somente pela quebra da fidelidade de um dos partícipes.

É fácil ver a implementação de cargos políticos por pessoas egressas de todas as atividades, muito pouco de membros do judiciário quando se afastam por aposentadoria, embora para tanto procurados em cargos de assessoramento.

Fica difícil não mexer na mesma panela que os políticos mexem, ou mexe ou não fica....

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 25/10/2012
Reeditado em 25/10/2012
Código do texto: T3951277
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