POLÍTICA: ATÉ MAQUIAVEL ESTARIA INDECISO...

Aqui em Sampa estamos há quatro dias do segundo turno das eleições municipais e a temperatura de todos os ânimos aumentou muito.

Aliás, esqueçam a cidade de temperatura amena, isso já não nos pertence mais.

Todavia, votar no segundo turno das eleições paulistanas de dois mil e doze me parece o ato cívico mais difícil dos últimos tempos, é com se sentir entre a cruz e a caldeirinha.

Eu juro que queria saber votar com consciência, zelo pelo futuro da minha cidade, mas toda vez que aciono os neurõnios para escolher alguém...minha consciência é a primeira que me grita contra.

Eu explico.

Aqui na cidade, há mais ou menos vinte anos, as siglas hegemônicas PT e PSDB, que só parecem ser antagônicas mas que vez ou outra também são vistas "juntas" em alguns momentos da vida pública sampista, se alternam na tentativa de fazer algo melhor para a cidade.

Louvável...

Saibam, o antagonismo é só teoricamente político, e votar num ou no outro é apenas trocar seis por meia dúzia. O resultado nunca é muito diferente...é só olhar à nossa volta depois de tantos anos.

Um agiliza e privatiza, outro só politiza e polemiza.

O resultado é o caos que a cidade vive, independentemente duma sigla ou da outra.

Porém, o TSE nos pede o voto limpo. Então pergunto:Votar limpo seria apenas votar num candidato ficha limpa ou também seria votar num partido ficha limpa? Tenho essa dúvida.

Por exemplo: um partido que tem tantos políticos a princípio acima de qualquer suspeita, todavia algo envolvidos no mensalão, consegue se manter limpo, a parte disso tudo, sendo que seus candidatos nada têm a ver com a política partidária algo não tão limpa assim, ou para se votar conscientemente nos perguntamos "diga-me com quem anda que eu lhe direi quem você é"?

Por outro lado do voto consciente...quem seria o responsável pela atual gestão que tanto negligenciou a cidade? Alguém se lembra?

Eufemismos e ditos populares a parte, portanto, é muito difícil como cidadão eleitor entender essa nossa dinâmica política que desafiaria até o entendimento científico de Maquiavel, pois, na hora em que o Brasil inteiro repudia nas urnas o caso mensalão transitado em julgado poucos dias antes do nosso segundo turno da eleição para prefeito, São Paulo parece que, também nas urnas, fechará os olhos à gravidade do ocorrido.

Justo São Paulo...

Mas, ainda acredito em pessoas, independentemente das siglas, afinal, depois da eleição, todos se darão as mãos.

É a nossa única esperança por aqui. Que ganhe o melhor dos candidatos, embora eu ainda não saiba quem é ele.

Que pessoas preparadas e algo conscientes, como são os dois candidatos, não percam a chance de realmente, de verdade, fazer o melhor por esta cidade cosmopolita que implora por competência administrativa em todos os setores da vida pública...que ora agonizam.

São Paulo não merece este atual estado de coisas...e uma locomotiva nunca pode parar.

Sorte a todos nós, afinal, independentemente do resultado do nosso segundo turno, será difícil piorar esta cidade que tanto abraça e sedia o Brasil.