Quando o sol nascer novamente
Quando o sol nascer novamente.
Vejo O ódio como sendo uma pedra bruta no território da emoção que pode estar próxima ou infinitamente distante do amor. Sei que falhamos, decepcionamos e somos decepcionados, até mesmo porque a sabedoria não consiste na perfeição, mas se temos habilidade para ver as nossas imperfeições e compreender que existem limites para tudo.
O conturbado mundo de hoje, foca os holofotes para bilhões de pessoas que vivem juntas, se relacionam, mas, no entanto, estão sempre sozinhas. Seria a solidão um vírus que se espalhou na própria vida. Eu diria que não, porque até os incômodos sinalizam que não estamos sós, e digo solenemente que só há solidão quando nos abandonamos a nós mesmos. A ciência tem se preocupado muito com o prolongamento da vida, com o prazer e, principalmente com a beleza, até parece que somos apenas um monumento a ser apreciado. Entramos em parafuso e viajamos nas curvas do corpo esquecendo-nos das sinuosidades das emoções e as carências da própria alma. Ora, todo pintor se retrata em suas telas, é a sua marca registrada o filosofo, poeta, grava no papel as suas emoções, seus sentimentos, a sua intimidade, a forma de ver o mundo, mas no tocante aos outros, usamos artifícios e disfarces para esconder que também temos medo...
Bom mesmo é parar de vez em quando para apreciar as nuvens, ouvir o vento, falar consigo mesmo e de preferência se amar profundamente como num sonho, lembrando que todos sobem e descem, vivemos derrotas e glorias, primaveras e invernos e que somos felizes eternamente e, que também temos uma beleza impar, basta para tanto que apreciamos tudo o que temos e o que somos e, jamais façamos comparações, estamos aqui para amar, não para competir, para sorrir, não para chorar. Ora, vamos então viver a vida e aproveitar a cada instante de prazer que ela nos propicia.
Para que competir se podemos somar, separar se podemos unir. O mundo é enorme, tem lugar para todos, o sol brilha todos os dias e aquece a todos indistintamente para provar que somos iguais e que para a natureza e o Criador não há distinções. Vamos perdoar a nós mesmos, ao próximo, a todos, vamos fazer aquilo que sempre desejamos e, talvez por medo, vergonha ou qualquer outro sentimento análogo o deixamos de fazer e adiamos, até quando. Eu não sei, nem você o sabe, mas, posso aconselhar, posso ou não, deixar o orgulho de lado, esquecer que eu tenho medo e correr ao teu encontro e dizer-te que te amo.
Pelo menos eu gostaria imensamente de fazer possível que um momento de pura meditação, pudesse se tornar o que todos sempre desejaram um mundo de paz, amor, um mundo que se chamasse de paraíso.