Sempre assim

Acordo assustado e feliz.

Seu beijo terno e doce, sua cabeça no meu ombro, numa singeleza só vista em filmes românticos, me deixam feliz e calmo.

Estava no carro, dirigindo, quando ela, no banco de trás, conversando sobre algo, encosta no meu banco e num momento mágico em que me viro para falar com ela, me beija terna e gostosamente.

De alguma forma parei o carro. Foi quando ela deitou sua cabeça no meu ombro num gesto doce, como se estivesse cansada. A ternura daquele momento marcou todo o meu ser.

As outras pessoas que estavam no carro simplesmente não esboçam reações. É como se tudo fosse previsível e só eu não me dava conta. Sentimentos ocultos foram suscitados e vividos.

Como e porque aconteceu não sei explicar. Dormi sem pensar nem revolver passados. Talvez o inconsciente em suas formas sutis expliquem o acontecido.

Como pode ser tão real, intenso e palpável? Por que sonhos assim acontecem?

Não a tenho, ela não me quer e talvez até me odeie. Mas sempre em meus sonhos consegue estar, me espezinhando e me surpreendendo. Brincando com meus sentimentos.

Porque coisas assim acontecem? Como se houvesse um magnetismo entre as almas e só assim conseguissem conversar, pois no real concreto tudo é impossível.

E quando acordo estupefato, sofro ao constatar a ilusão.

Que todo o sentimento havido no sonho não passou de brincadeiras de um cérebro apaixonado, que em estado de vigília já não sofre mais. Mas os sonhos são sua fraqueza. Só sonhos. Nada mais.

Mas eu pergunto: realmente, será? Ou temos algo mais nesse processo que não podemos explicar?

08/12