Bom ou mal só o tempo dirá
Tarde de Domingo, enquanto aguardava o jogo do Brasil e Equador, procurei em casa algo que me fizesse ocupar o tempo, (quão triste é o ócio, viver sozinho, não ter ninguém para conversar, reclamar da vida e simplesmente jogar conversa fora)
Encontrei meus livros literários que eu ganhei do Sergio nosso bibliotecário da escola, todos os alunos ganharam da secretaria da educação vários exemplares maravilhosos de livros literários, não sei se nossos alunos estão lendo, mas eu confesso, em todos os meus momentos de ócio, estou devorando as páginas de nossos escritores brasileiros.
Hoje estava lendo, as crônicas de Rubem Alves, fiquei encantado quando li um relato, e eu refleti muito, parece que o autor estava ao meu lado dando conselhos.
Veja o que eu li:
Um homem muito rico, ao morrer, deixou suas terras para seus filhos. Todos eles receberam terras férteis e belas, com exceção do mais novo, para quem sobrou um charco inútil para a agricultura. Seus amigos se entristeceram com isso e o visitaram, lamentando a injustiça que lhe havia sido feita. Mas ele só lhes disse uma coisa: “ Se é bom ou se é mal, só o futuro dirá”.
No ano seguinte, uma seca terrível se abateu sobre o país, e as terras dos seus irmãos foram devastadas: Mas o charco do irmão mais novo se transformou em um oásis fértil e belo. Ele ficou rico e comprou um lindo cavalo branco por um preço altíssimo. Seus amigos organizaram uma festa porque coisa tão maravilhosa tinha acontecido. Mas dele só ouviram uma coisa: “ Se é bom ou se é mal, só o futuro dirá”.
No dia seguinte seu cavalo de raça fugiu e foi grande tristeza. Seus amigos vieram e lamentaram o acontecido. Mas o que o homem lhes disse foi: “ Se é bom ou se é mal, só o futuro dirá”.
Passado sete dias o cavalo voltou trazendo consigo dez lindos cavalos selvagens. Vieram os amigos celebrar essa nova riqueza, mas o que ouviram foram as palavras de sempre: “ Se é bom ou se é mal, só o futuro dirá”.
No dia seguinte seu filho sem juízo montou um cavalo selvagem. O cavalo corcoveou e o lançou longe. O moço quebrou uma perna. Voltaram os amigos para lamentar as desgraças: “Se é bom ou se é mal, só o futuro dirá”, o pai o repetiu. Passado poucos dias, vieram os soldados o rei para levar os jovens para a guerra. Todos os moços tiveram de partir, menos o seu filho de perna quebrada, os amigos se alegraram e vieram festejar. O pai viu tudo e só disse uma coisa: “Se é bom ou se é mal, só o futuro dirá”.
Assim termina a história, sem fim e com reticências (...) Ela poderá ser continuada, indefinidamente.
Somos personagens dessa história também, aquilo de bom ou ruim que acontece conosco, devemos ser sábios para aceitar com resignação.
Lembre-se: “Se é bom ou se é mal, só o futuro dirá”.