MALALA, HEROÍNA DO PAQUISTÃO

MALALA

Aquela menina queria apenas estudar e todas as outras de sua cidade Mingora, no Vale de Swat, região onde morava. Tinha quatorze anos e apesar da proibição que lhe havia sido imposta por aqueles homens, Malala Yousafzai todos os dias ia à escola. Aos onze ela já dizia: “No caminho para a escola eles podem matar-nos, atirar-nos com ácido para a cara, fazer o que entenderem, mas eles não podem parar-me, eu vou ter a minha educação.”

No diário que escrevia ela anotara que via outros ativistas mortos e exibidos pelas ruas de Mingora, e sabia que um dia poderia chegar a sua vez. Naquela fatídica terça-feira, dia 9 de outubro, quando voltava da escola, dois homens tomaram-lhe o caminho e atiraram nela, atingindo-a na cabeça e no pescoço. Caída ao solo ela é levada a um hospital onde está entre a vida e a morte. E aqueles homens da “sharia” (lei islâmica) já garantiram que se ela sobreviver voltarão a atacá-la.

Os homens da “sharia” são os “taliban” que disseram: “Apesar de ela ser nova e uma menina e de os taliban não acreditarem em ataques a mulheres, qualquer um que faça campanha contra o Islão e a sharia deve ser morto.” “Segundo a sharia não é apenas permitido matar uma pessoa assim, mas obrigatório.”

Malala tornou-se um ícone do Paquistão, a jovem heroína que lutava pela educação do seu povo, uma luta que corajosamente travava quase que sozinha, quando essa luta deveria ser do governo paquistanês, como envergonhada disse a parlamentar Rubina Khalid: “Não podíamos protegê-la e ela estava a lutar por aquilo por que devíamos ter sido nós a lutar. Devíamos ter sido nós na linha da frente, não ela.”

A palavra taliban traduz-se por estudante. Também por estudante de teologia. Como é estranho isto, não? Estudantes universitários de teologia que matam crianças em nome de uma lei impiedosa. Trata-se, no entanto, de um movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se difundiu no Paquistão e governou o Afeganistão entre 1996 e 2001.

Considerado uma organização terrorista, o taliban tornou-se portador dos ideais políticos e religiosos de um estado teocrático de direito. A tentativa de assassinato recebe o repúdio mundial dos países civilizados. Espera-se que o sacrifício da menina Malala não seja em vão.

Ailton Elisiario
Enviado por Ailton Elisiario em 21/10/2012
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