RIQUEZA...

Saio todos os dias para obrigações e necessariamente para caminhar e subir um morro-bairro, digamos que é uma prova de esforço natural, sem esteiras nem médicos monitorando. O médico sou eu.

E desenvolvem-se achados, encontros que surpreendem e fatos incomuns. Abstraio a leva de pessoas que tomou conta da outrora mágica cidade que nasci. Dizia, faz tempo, que ela iria se “copacabanizar”; aconteceu. O verbo que inventei está presente.

Na rua em que moro e brincava dizendo que não passava “nem cabrito”, distante seiscentos metros de uma praia que era tranquila, abro o portão individual ( única casa da rua acossada pela incorporação sempre repelida) que abre para fora com cuidado, já que fica no mesmo quadro do portão eletrônico que entram os carros. O cuidado se dá diante do fluxo de pessoas que passam na calçada. Fora os carros que fazem a rua de estacionamento.

Na praia referida não piso meus pés em suas areias datam muitos anos, praia da minha infância e juventude, embora passe pela orla hoje com habitualidade.

Minha cidade (nosso berço é um pouco nosso - o possessivo minha tem essa conceituação - sofreu violenta transformação e por ela pude fazer pouco), só pude evitar que sua maior praça virasse garagem subterrânea, impedi judicialmente.

Parece que as pessoas descobriram seu bucolismo, e acabaram com ele. Desfruto dele quando nos feriados a loucura leva todos para engarrafarem-se nas estradas, quem não for “é carente, pobre”, e ela volta a ser como antigamente, ainda que espetada por edifícios.

Paro ontem para tomar água de coco, e uma senhora inicia conversa em razão de eleições, “puxa conversa”..propaganda ainda sobre o “famigerado" segundo turno, que não devia existir. Existe em centros e colégios eleitorais com mais de duzentas mil pessoas.

Fazemos considerações e pelas tantas me sobe a revolta permanente, faço libelo contra a reeleição, que reconduz quem tem a chave do cofre e a caneta na mão, e aproveito, pouca gente sabe, para dizer que somos praticamente o único país que tem JUSTIÇA ELEITORAL, com enormes custos, quando se faz edificação de SUPERIOR TRIBUNAL ELEITORAL em Brasília que custa fortunas.

Nos outros países, conflitos de interesses em razão de pleitos, são decididos pela JUSTIÇA COMUM.

REALMENTE O BRASIL É MUITO RICO.....

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 21/10/2012
Reeditado em 24/10/2012
Código do texto: T3944317
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