Momentos de fúria.
Ter consciência e responsabilidade nos atos do dia a dia torna a vida melhor e faz da realidade ao derredor algo agradável e prazeroso de se viver. Bem verdade tudo começa quando tomamos pé dos fatos e ao usarmos (e abusarmos) dessas virtudes tornamo-nos sem perceber seres virtuosos, porém o que acontece quando vícios de comportamento dão lugar a estas virtudes, imensurável prever.
Semelhantes a fantoches, de virtuosos nos tornamos reféns desses vícios e toda tralha deles derivada perdendo aos poucos características de quem realmente somos. Nessas horas é imperativo alguém achegado dar uns “tapas na cara” para fazer as fichas caírem, pois de forma alguma por nos mesmos deixaríamos de lado esse comportamento para voltar a viver a serenidade de outrora.
Noite passada numa biblioteca publica presencie na sala de projeção algo um tanto divertido quando visto de um ângulo reverso. Enquanto um senhor de idade dormia roncando alto pela monotonia da película, duas pessoas a sua frente degustavam deliciosos sanduíches e outro sem se importar com os demais tinha os pés fora dos sapatos. O que era de se prever, aconteceu: o jovem próximo se levantou, bradou palavras meio desconexas e foi embora reclamando do pick nick no cinema.
Certamente saiu de lá fulo de si acreditando ter perdido seu tempo e paciência quando poderia ter mudado de lugar drenando de si as pechas alheias; certamente a impressão que teve do local não foi a das melhores, porém a vida nos ensina avaliar o livro pelo conteúdo e não pela capa. Creio que mais uns anos esta experiência o fará capaz de perdoar anciãos exalando urina, se banqueteando em lugar inapropriado acreditando ser os locais públicos e aconchegantes extensão de seu lar, mas até lá, viver e deixar acontecer é e sempre será a melhor atitude a se tomar em momentos de fúria.
Manoel Cláudio Vieira – 21/10/2012 – 02:35h