O que falta na educação?
Já fiz várias e várias leituras de autores considerados consagrados na educação. São várias as teorias. Os compêndios mentais, divulgados em palavras, às vezes, mortas, servem mais para fazer 'teoria' do que propriamente para mudarem os problemas. O que percebo é que os problemas, às vezes, não mudam. Na verdade, os teóricos, que são teóricos justamente porque são na maioria das vezes incompetentes na prática, sabem dizer 'a verdade', mas não sabem fazê-la. Sabem ditar o certo, mas nunca reconhecem o erro. Sabem resolver os problemas, na cabeça delas, mas não sabem apontar onde estão os erros.
A retórica, que é o discurso sempre enjoado, serve para tornar a fala chata. Serve para cansar a mente. Serve pra gente trocar a Igreja pela Universidade. Muda o destino, mas a fé a mesma: fé de que aquilo que que o cara lá da frente tá falando, vai servir pra algo. Geralmente não serve. A fala é morta. Não tem vida. Toda fala falada da cabeça, só serve para germinar neurônios empedernidos, que, aparente estão quentes como moléculas em êxtase, mas na verdade, estão quentes suportando a temperatura mal dita da fala cansada. Nem sempre o pé esquenta somente na corrida, esquenta também no cansaço. Pare o pé numa posição e fique por muito tempo: o resultado é uma quentura cansativa. Assim funciona o cérebro diante da aula chata; diante da verdade dita apenas para convencer a corda vocal cansada.
Do mesmo jeito funciona os intelectuais. Melhor dizendo: não funciona. Seria melhor que aprendêssemos que muitos dos problemas advém da falta de sabedoria. A mãe, que bruscamente puxa o braço da criança não é maldosa por não ter estudo; é pior! É maldosa porque não gosta da criança. O pai, que é grosseiro, não o é porque não sentou na cadeira para aprender matemática. Até, porque só aprende matemática quem quer. Ele é grosseiro, porque não se deu ao trabalho, de 'cair na real' e ver que é importante aprender. Aprender os assuntos, ser curioso, gostar de conversar – taí, o que se poderia chamar de liberdade. Liberdade, não é a revolta de dantes contra o governo, realizado por homens, diminuídos à infantis revoltados. Meninos contra o pai! Essa lei, que não respeita a lei, é um destino revoltado e porco da vida. Não leva à nada, à não ser a perca da cerimônia.
A educação passa pela cerimônia. O ensino tradicional conserva o que de mais interessante existe na cerimônia dos humanos: a cerimônia de respeitar os mais velhos, de saber se sentar e saber conversar com as pessoas. A parte do discurso, da fala 'fechada' é que precisa mudar. Se o cara é bom, ele dá um jeito!