PARTIDA
De Edson Gonçalves Ferreira
Em memória de Ana Gonçalves Ferreira (Mamãe), Maria da
Conceição Gonçalves (Tidê) , Celina Gonçalves (Tia Criola)
e Tio Osvaldo Gonçalves (Tio Dado)
Conceição Gonçalves (Tidê) , Celina Gonçalves (Tia Criola)
e Tio Osvaldo Gonçalves (Tio Dado)
Quem escreve esta crônica é um adulto, mas com o coração de um menino de sete anos que, até hoje, conversa com o Menino Jesus e, até hoje, sente as doçuras deixadas em sua memória afetiva dos tios e tias maternos e paternos e de gente da família que se encantou para o sempre. O que a gente soma é o que a gente ama e fica eternizado na doçura dos momentos.
Ainda me lembro, direitinho, da cena: eu brincava de dentista com um amigo, no bequinho que existe, até hoje, na Avenida 21 de Abril, defronte ao número 1050 onde morávamos. Pertinho do Santuário de Santo Antônio. E, naquela época, tinha ganhado dos meus pais um joguinho de dentista e, assim, brincava com o Everton quando ouvi o ruído das saias de uma normalista.
Para quem não sabe, normalista é a moça que fazia curso de Magistério que, naquela época, era chic demais e a profissão de Professor(a) era nobre e para ser um(a), era necessária muito boa formação. Uma profissão que envolvia uma vocação nata. Olhei, então, eu vi a minha prima Ione Assis entrando na casa dos meus pais. Ela sempre foi uma das primas prediletas, embora mais velha, sempre foi uma espécie de mãe com seus ares maternos para comigo.
Larguei tudo e saí correndo... Brincar perdera a graça. O menino que fui era sensível demais. Entrei em casa correndo e, pronto! Ione estava debruçada na mesa da cozinha aos prantos e minha mãe desesperada também, chorando, chorando, chorando... Entendi, numa fração de segundo tudo: Vovô Manoel morrera. Mas como?
Aos poucos, eles me explicaram que ele sofrera um ataque cardíaco na Rua Goiás, depois de sair da Rede Ferroviária Federal S/A e, ao cair, bateu a cabeça naquela trava de porta tipo sanfona que, naquela época, era usada. Só me lembro que eu entrei em desespero total e gritava: _ Eu quero o Vovô Manoel, eu quero o Vovô, onde está o meu avô, Jesus ? E, até hoje, eu choro feito criança, quando eu revivo aquele trágico dia, porque ele era maravilhoso demais!
Divinópolis, 19.10.2012
Ainda me lembro, direitinho, da cena: eu brincava de dentista com um amigo, no bequinho que existe, até hoje, na Avenida 21 de Abril, defronte ao número 1050 onde morávamos. Pertinho do Santuário de Santo Antônio. E, naquela época, tinha ganhado dos meus pais um joguinho de dentista e, assim, brincava com o Everton quando ouvi o ruído das saias de uma normalista.
Para quem não sabe, normalista é a moça que fazia curso de Magistério que, naquela época, era chic demais e a profissão de Professor(a) era nobre e para ser um(a), era necessária muito boa formação. Uma profissão que envolvia uma vocação nata. Olhei, então, eu vi a minha prima Ione Assis entrando na casa dos meus pais. Ela sempre foi uma das primas prediletas, embora mais velha, sempre foi uma espécie de mãe com seus ares maternos para comigo.
Larguei tudo e saí correndo... Brincar perdera a graça. O menino que fui era sensível demais. Entrei em casa correndo e, pronto! Ione estava debruçada na mesa da cozinha aos prantos e minha mãe desesperada também, chorando, chorando, chorando... Entendi, numa fração de segundo tudo: Vovô Manoel morrera. Mas como?
Aos poucos, eles me explicaram que ele sofrera um ataque cardíaco na Rua Goiás, depois de sair da Rede Ferroviária Federal S/A e, ao cair, bateu a cabeça naquela trava de porta tipo sanfona que, naquela época, era usada. Só me lembro que eu entrei em desespero total e gritava: _ Eu quero o Vovô Manoel, eu quero o Vovô, onde está o meu avô, Jesus ? E, até hoje, eu choro feito criança, quando eu revivo aquele trágico dia, porque ele era maravilhoso demais!
Divinópolis, 19.10.2012