SABEDORIA.
“Quem é sábio procura aprender, mas os tolos estão satisfeitos com a sua própria ignorância”. “O sábio esconde a sua sabedoria, o tolo anuncia a sua ignorância.” Salomão.
Quem somos nós, todos nós, para discordar de Salomão. As proposições finais são perfeitas e notórias quanto à evidência. Os tolos são o avesso do simples conhecimento de si mesmo e de nossa passagem.
“Sábios” nunca esconderam sua sabedoria, simplesmente ouvem os tolos, e se calam, ou tentam encaminhar para o entendimento, didaticamente. Dialogam com iguais por compreenderem harmonicamente suas barreiras, e destaque-se, por saberem que nada sabem. Sabem que não são sábios.
Não haverá um sábio sobre a face da terra enquanto nada se saiba dos desígnios desconhecidos da inteligência, que pouco pode explicar sobre o fundamental, a vida, sua origem, o pensamento, como se forma, e a morte, seu real significado, à margem do teologal ou do filosófico.
Não basta deixar correr a vida, deslizar para a insuficiência do saber como muitos pregam, O reconhecimento do niilismo tem destino vazio que não se aproxima de buscadores, a grande razão da vida.
O que não se explica desafia “sábios”, e eles deixam de serem sábios para aguardarem compreensão, e a buscam. E por esse filtro sabem que nada sabem. Por isto a forte caminhada do pensamento persiste.
Se é enigma a porta está fechada, como um passeio dialético em Kant, em puras razões, na sua “Razão Pura”, que monta, desmontando, dogmas e sinaliza um “SER NECESSARIO”, distante a afirmação da necessariedade. A gnose sempre em mora, inadimplente com requisitos explicativos.
Abre-se um cadeado e outros mais se multiplicam, fechando mais ainda a análise, caminha-se uma estrada e incontáveis vicinais se perdem em labirintos.
Sabe-se cada vez mais, é ponto importante, que nada sabemos, quanto mais sabemos. Um pouco do desenrolar da vida, se muito, sabe-se, perdidos os homens entre vaidades, possessões, fugas para a metrópole, conhecidos consumismos, e a corrida insana, que ao invés de resolver problemas da humanidade só faz acumular outros, somados cada vez mais.
E volta-se para viver, querer viver pacatamente, nova meta, em cidades tranquilas, como antigamente, em benefício da qualidade de vida, sem alvoroços nem "loucuras felizes", mas passageiras, e outras coisas desse jaez.
São pequeníssimas porções de permanência que continuam a respirar a insciência do fundamental....
As grandes questões, casas fechadas, não permitem que se batam em suas portas.....e vive-se, sem nada de sabedoria .