QUEM MATOU MAX?
Por Carlos Sena
Hoje eu me acordei com saudades de você. No conjunto dessa saudade, um “banzo” bom advindo dos tempos de criança cheio de incertezas, mas cheios de luz e de ingenuidade boa. No bornal dessas recordações, alguns amores verdes, dos tempos adolescidos. Hoje eu me acordei assim: meio com vontade de me admirar com “um beija-flor invadindo a minha casa e partindo” deixando comigo um colar de esperanças num mundo melhor, mais humano, menos dominado pela mídia. O reverso dessa medalha é que, embora hoje eu me “declarando com saudades de você”, o mundo lá de fora só fala na morte de um tal de MAX! Certamente terei dificuldades em delinear quem seja ele, pois não elevo meu pensamento em novelas além do que uma novela mereça ser vista. A televisão só fala em “quem matou Max”? O rádio, idem. As revistas, também. Os jornais até fazem promoção tipo bolão de futebol para ver quem acerta dizer “quem matou MAX”?
Fico me perguntando se a minha saudade boa, legítima, deve ser invadida pelo que lá fora se diz acerca de um personagem mal, de uma novela de TV que não se preocupa muito em passar boas lições para a população, principalmente os jovens. Pior: Max é inventado por um novelista. Ele, o autor, diante da celeuma que toma conta do país que quer saber (menos eu) quem matou o tal MAX, vai dar o destino mais contraditório possível, lógico. Por isto acho que minha saudade vale a pena ser par-ti-da por esse vendaval de dominação da mídia que transforma o nosso povo (há honrosas exceções) em “ratos” para os experimentos de laboratório das telenovelas. Pior: conseguem manipular uma nação inteira, inclusive políticos importantes.
Outro aspecto que nos intriga: ninguém quer saber quem matou um pai de família na vida real que deixou filhos e esposa sem ter o que comer em casa. Nossa justiça, nossa polícia, nossas autoridades não estão “nem aí”, como na canção de Lely Ky. Ninguém quer saber dos psicopatas que estão soltos pelas ruas sem que a saúde mental do SUS encontre alternativa mais objetiva e resoluta. Assim, penso que minha crônica não ficou furada. Ela ficou mais inteira no meu verbo que, no meu canto, avoca aqueles que, como eu, não se deixam levar por uma emissora de TV manipuladora dos costumes, especialmente os maus costumes e disseminadora da violência.
Sem delongas maiores, digo que MAX que se lasque. Nina que se exploda. Tufão que acompanhe os dois para as profundezas dos infernos. Interessa-me muito mais reler “A HORA DA ESTRELA”, de Clarice Lispector e saber, de novo, quem matou MACABÉIA... Se ela morreu ou foi matada pelo destino de ser nordestina de alagoas. Ou se, por conta disto e do seu desejo de ter um grande amor, morre lascada no transito das ruas do Rio de Janeiro.
Pronto! Disse. Melhor saber da morte de Macabéia a querer saber quem porra matou esse tal de MAX. Talvez os testemunhas de Jeová saibam, ou não? Depois eu recupero o rumo da minha prosa e da minha saudade...
Por Carlos Sena
Hoje eu me acordei com saudades de você. No conjunto dessa saudade, um “banzo” bom advindo dos tempos de criança cheio de incertezas, mas cheios de luz e de ingenuidade boa. No bornal dessas recordações, alguns amores verdes, dos tempos adolescidos. Hoje eu me acordei assim: meio com vontade de me admirar com “um beija-flor invadindo a minha casa e partindo” deixando comigo um colar de esperanças num mundo melhor, mais humano, menos dominado pela mídia. O reverso dessa medalha é que, embora hoje eu me “declarando com saudades de você”, o mundo lá de fora só fala na morte de um tal de MAX! Certamente terei dificuldades em delinear quem seja ele, pois não elevo meu pensamento em novelas além do que uma novela mereça ser vista. A televisão só fala em “quem matou Max”? O rádio, idem. As revistas, também. Os jornais até fazem promoção tipo bolão de futebol para ver quem acerta dizer “quem matou MAX”?
Fico me perguntando se a minha saudade boa, legítima, deve ser invadida pelo que lá fora se diz acerca de um personagem mal, de uma novela de TV que não se preocupa muito em passar boas lições para a população, principalmente os jovens. Pior: Max é inventado por um novelista. Ele, o autor, diante da celeuma que toma conta do país que quer saber (menos eu) quem matou o tal MAX, vai dar o destino mais contraditório possível, lógico. Por isto acho que minha saudade vale a pena ser par-ti-da por esse vendaval de dominação da mídia que transforma o nosso povo (há honrosas exceções) em “ratos” para os experimentos de laboratório das telenovelas. Pior: conseguem manipular uma nação inteira, inclusive políticos importantes.
Outro aspecto que nos intriga: ninguém quer saber quem matou um pai de família na vida real que deixou filhos e esposa sem ter o que comer em casa. Nossa justiça, nossa polícia, nossas autoridades não estão “nem aí”, como na canção de Lely Ky. Ninguém quer saber dos psicopatas que estão soltos pelas ruas sem que a saúde mental do SUS encontre alternativa mais objetiva e resoluta. Assim, penso que minha crônica não ficou furada. Ela ficou mais inteira no meu verbo que, no meu canto, avoca aqueles que, como eu, não se deixam levar por uma emissora de TV manipuladora dos costumes, especialmente os maus costumes e disseminadora da violência.
Sem delongas maiores, digo que MAX que se lasque. Nina que se exploda. Tufão que acompanhe os dois para as profundezas dos infernos. Interessa-me muito mais reler “A HORA DA ESTRELA”, de Clarice Lispector e saber, de novo, quem matou MACABÉIA... Se ela morreu ou foi matada pelo destino de ser nordestina de alagoas. Ou se, por conta disto e do seu desejo de ter um grande amor, morre lascada no transito das ruas do Rio de Janeiro.
Pronto! Disse. Melhor saber da morte de Macabéia a querer saber quem porra matou esse tal de MAX. Talvez os testemunhas de Jeová saibam, ou não? Depois eu recupero o rumo da minha prosa e da minha saudade...