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O PREÇO DE UM OLHAR –  (crônica do dia a dia.)
 
As mulheres --- ou pelo menos a minha --- revelam um senso lógico e de justiça, quando se trata de concessão, inteiramente baseado na distorcida partilha à  Montgomery. Senão vejamos: “Tudo para um, nada para o outro”; nada mais, nada menos, que a famosa lei de Gerson, tão bem conhecida por aqui, em Pindorama.
 Pois bem, até o mês passado, discutíamos a pintura da casa.  Após intensas trocas de ideias sobre a preferência pelas cores, evoluímos para franca discussão; às vias de acirramento, saiu-me com esta: “Tudo bem... você pode pintar com as cores que você quiser... E silenciou.
Ah, bom! ... Da última vez você escolheu, lembra? Devolvi-lhe animado.
À espera da calmaria sobreveio a verdadeira proposta indecente. Elevou-me o olhar cândido, quase súplice, e completou com a voz melíflua de uma cotovia... desde que seja pastel!”
É ou não é aquele joguinho maquiavélico do “se ganhar, ganha-se tudo; se perder, que não se perca nada!”
Tudo para ela. Não é difícil adivinhar a cor em que a casa foi pintada, não é?
Eis o preço que paguei por aquele irresistível olhar.