A CRIATIVIDADE.
James Joyce levou sua filha ao conhecido psiquiatra Jung, filha esquizofrênica. Temia ter semelhanças com ela. Carl Jung lhe disse: vocês têm muitas semelhanças. Sintomática a sentença para o pai....
Nietzsche vendo de sua janela um carroceiro espancar seu cavalo com um chicote, desceu de sua casa e abraçando a cabeça do cavalo e beijando-o chorava copiosamente. Sua mãe internou-o. Morreu em sanatório. Van Gogh se deixou morrer sangrando de ferida não mortal, sabendo que indo a Paris seria tratado e sobreviveria, como queria seu irmão Théo, que correu a Auver Sur Oise para salvá-lo. Quis morrer do tiro que deu no próprio peito. Hemingway, alcóolatra, se suicidou. Vamos parar nesse ponto, para não ficarmos em lista sem fim.
Os criativos são psicóticos ou a patologia leva para a criação? Nem uma coisa nem outra, a conta tem que ser feita. Minoritários os doentes psíquicos na criatividade em geral frente aos sadios. Equações e contas necessitam avaliação. Ou originariamente o DNA traz a doença ou chega pela droga, álcool e outras, como Heminghay, cujo pai também se suicidou, e van Gogh viciado em absinto.
Há hoje a marca concreta da descendência em tudo, está nisso acreditada e certa a ciência, muito mais em doenças nervosas e em deficientes.
Já se disse que epiléticos eram criativos. Por quê? Por alguns portadores dessa doença assim se desenvolverem, criando. Exceção não é regra....
As células da “glia”, descobertas no século XIX como célula de suporte dos neurônios, que atuam junto com estes no sistema nervoso central, teriam influência na criatividade, pesquisa hoje em tratativas ocorrem em alguns núcleos de excelência, inclusive na Universidade de nosso Estado do Rio.
Induziria a formação de sinapses, fenda química onde ocorre a transmissão do impulso nervoso de um neurônio a outro o que é essencial e estimula a memória e o aprendizado.
A hipótese, diz a ciência, é o que se estuda, que vincula criatividade ao psiquismo patológico. É hipótese, e hipótese em lógica é aquilo que não é, que seria, se fosse.
Respeitável todo processo científico, mas escorregadio demasiadamente em afirmações nesse sentido, sem domínio final.
Memória e aprendizado a que são submetidos ratos estão muito distantes de criatividade humana.
O armazenamento de aprendizagem por memória não concentra processo criativo. É verdadeiro dizer que a memória do ensinado acumula patrimônio, mas não é verdadeiro que esse patrimônio pode criar o novo. Partir de uma ideia e melhorá-la não é ter uma nova ideia.
Conheço pessoas que leem uma frase e criam um livro de novas ideias, outras que leem uma biblioteca e não são capazes de criar uma frase....uma ideia nova muito menos.
É preciso prudência,muito mais na pesquisa, sem o que voltamos a Lombroso que queria definir o tipo humano, no que seria um delinquente, o que resulta de um processo complexo.