Praça
Estava andando com a mente na lua
Em uma praça de ruas finas e largas
De um lugar que me deu a paz
Da qual ainda procurava ter
Nela me veio um susto,
Uma preocupação de não estar feliz
Uma falta de fé espontânea
Um dia atípico do normal pra mim,
E meus pensamentos
Não foi o dia mais quente,
Mas também nunca deixou de ser o mais chuvoso
Não foi meu maior pesadelo,
Mas também deixava de ser o seu último
Era um meio de aprender a aprender
Foram as conversas jogadas fora,
O papo pro alto
Os dias de xícaras de chá quente
Entre um sorriso e palavras
Que me fizeram ver o que os sentidos dos olhos podem esconder,
Que por mais que a mentira fosse capaz de ser forte,
Ela não iria passar nem da porta de um portão
Que por mais que as mãos estejam ásperas e secas
Elas vão contudo guardar alguma história
Como as que ouvi de idosos jogando dominó sentados no mesmo banco de praça há anos, foram os instantes mais cheirosos e ternos com que já vivi
Acordada de tudo que me deu algum bem
Vendo como se fosse uma volta num tempo antigo,
Percebe-se o calor do que se perdeu
Do que se foi com o passar das tardes de sol
E com o que inda pode vir.