COMO CONHECI O
Por Zeni Silveira
Por Zeni Silveira
Sempre fui muito reservada. Desde menina fui induzida por meu irmão e tutor que amizade só tinha que ser a dele e a de minha irmã. Cursei faculdade onde tive muitos colegas, mas amigos tinham que ser escolhido a dedo por ele. E embora muito o respeitasse, sempre tive o espírito um tanto rebelde, sendo assim, mesmo contra a vontade dele passei a ser voluntaria em algumas instituições de caridade.
E quando surgiu através de concurso meu primeiro emprego, comecei a conhecer novas pessoas e me sentir mais livre.
MSN, Facebook, Twitter ou qualquer outro meio de fazer amizades on-line sempre foi rigorosamente proibido, e apesar de ser maior de idade sempre respeitei esse desejo dele que dizia ser a internet muito perigosa.
Internet em minha casa era proibido. Quando comecei a trabalhar tive muita dificuldade, afinal tudo era informatizado e eu me sentia atrasada. Precisei fazer cursos emergenciais e vários treinamentos, sempre tive facilidade para aprender e com a informática não foi diferente.
Como uma criança que tinha um brinquedo novo, passava meu tempo livre na empresa á procurar de site que contassem estórias de terror. Em casa tinha uma verdadeira biblioteca com os melhores nomes da literatura: Stephen King, Tess Gerritssen, Nora Roberts, Sidney Sheldon, Dan Brown, Edgar Allan Poe, alem do meu escritor Brasileiro favorito, Andre Vianco.
Mas na empresa eu não podia ler livros, e a internet me favorecia nesta parte. Um belo dia coloco no Google: "CONTOS DE TERROR", e qual foi minha surpresa ao ver entre outros o site RECANTO DAS LETRAS.
Não tive duvidas, cliquei e fiquei maravilhada ao encontrar uma pagina só de contos de terror! De inicio nem me interessei por outros textos, só lia terror e suspense.
Com o tempo de tanto ler e comentar, terminei fazendo uma linda amizade com os chamados "MENINOS DO TERROR". Por medo que meu irmão me encontrasse, passei a comentar sem autenticação e como não queria dar um nome falso assinava meu próprio nome. Claro que não usava o sobrenome, só “zeni”, e ainda colocava com letras minúsculas para o caso dele ver, alegaria que aquela zeni não era eu, afinal como assinaria meu nome com letras minúsculas?
O tempo foi passando e quanto mais lia,mais comentava. Acho que ninguém lia mais que eu, rsrs...
Um dia li um conto muito bom e descobri que o escritor só aceitava comentários autenticados... Há! Que raiva! Não ia poder expressar minha opinião sobre o conto!
Resolvi! Entrei na escrivaninha e me cadastrei, e ainda com medo de ser descoberta por meu irmão, passei a assinar ZSS. Mas nisso o pessoal que me conhecia como zeni não sabia que ZSS era a mesma pessoa, a primeira pessoa que falei que zeni e ZSS eram a mesma pessoa foi o até então meu melhor amigo virtual (hoje meu noivo) Julio C. Dosan.
Ainda passei mais algum tempo assinando ZSS, já tinha se passado quase quatro anos no anonimato e um belo dia, acho que foi setembro ou outubro de 2011, perdi o medo de meu irmão e refiz meu cadastro, agora usando meu verdadeiro nome “Zeni Silveira”.
Nesse meio tempo já tinha começado meu namoro com Julio, e ganhado gosto por novos textos como poesias, crônicas, artigos, causos, humor...
Passei a ler tudo que encontrava no RL, recebia inúmeros e-mails de vocês amigos do RL, reclamando da falta de texto em minha pagina. O que eu sempre respondia era que uma ótima leitora não podia criar ótimos textos.
Recebi muitos incentivos, entre eles o do meu grande mestre Geraldinho do Engenho. Esse estava sempre a me perguntar quando teria o prazer de ler um texto assinado por mim:
"OBRIGADO MEU MESTRE SEU INCENTIVO FOI MUITO IMPORTANTE!”
Certo dia conversando com Julio, perguntei por que ele não fazia um conto sobre uma funerária. Pronto. Era só o que estava faltando, de imediato ele respondeu:
- Faço se você escrever comigo.
Não deu outra. Passei a fazer pesquisas e dar ideias, encontrar nomes para os personagens e ler antes das postagens. Como boa leitora que sou, estava sempre a dar palpites e pedir que ele muda-se isso ou aquilo, acho que com duas cabeças pulsando qualquer trama ganha mais emoção... O resultado de “A Casa Funerária” foi muito satisfatório. Conquistamos muitos leitores com esta trama de 8 capítulos.
Decidi então fazer minha primeira crônica e guardei por meses a fio. O medo de não ser aceita era grande, sabia que todos os escritores me respeitavam como leitora, muitos diziam que eu era a leitora mais assídua do RECANTO DAS LETRAS.
Tinha muito medo de que como escritora fosse um fracasso... No inicio de agosto por fim tomei coragem e depois de uma revisão rápida, publiquei minha primeira crônica: MEU PAI, MEU HEROI...
Ao postar esta, tive medo que ninguém comentasse... Tinha medo que ela ficasse esquecida...
Mas para minha surpresa, fui muito bem recebida como escritora amadora! Que maravilha! Mais de 3000 leituras e mais de 240 comentários! Confesso que até hoje me emociono com isto, pois foi uma homenagem que ecoou dentro de mim e passou pela vista de mais de 3000 leitores! Sem contar que Guto Russel fez um áudio emocionante deste texto, me dando o prazer de posta-lo em minha pagina.
Fui ao delírio com a aceitação de vocês leitores!
Mas ai veio um grande problema: Sempre tive muita dificuldade para criar, não conseguia, só sabia escrever o que sentia, então passei a escrever minhas memórias e uma ou outra crônica de amor, afinal isso é fácil, e esta me servindo de terapia.
Finalmente estou com 10 crônicas escritas, todas de boas memórias. Pretendo continuar a escrevê-las. Escrever sobre o meu amor por Julio é o que faço com mais facilidade, afinal basta fechar os olhos e teclar... Falar das crianças da APAE foi à crônica que mais me deu satisfação.
Quanto a vocês escritores e leitores do RECANTO DAS LETRAS, seria injusto citar nomes de alguns, quando adoro todos que leio, sejam poetas, cronistas, contistas ou escritores, sem esquecer-se dos humoristas. Aqui consegui ser adotada por mãe, pai, avô, avó, e uma infinidade de amigos!
Para finalizar, quero agradecer a todos você pelo carinho que me acolheram, afinal, quem já leu meu PERFIL sabe que o recanto é minha casa e vocês minha família. Como falei acima, citar nomes seria injusto. Amo todos vocês!!!