Viver sem amor, que graça tem?

Viro de um lado pro outro a noite e não consigo dormir, talvez essa seja a sensação que mais se assemelhe ao que eu sinto diariamente...

Ou talvez seja quando eu estou num local e todos demonstram afeição e ainda assim não é suficiente, ou quando eu olho pra conta bancária e não vejo nada o que fazer com aquilo, nem com quem.

E muitas vezes me pego pensando se não seria quando o lugar tá cheio, lotado, e eu tou vazio e desolado, e mesmo com o copo cheio olho pro lado e não consigo ver sequer as pessoas em dobro!

Não é que sejam elas, até por que, estou com muitas delas e não estou. Nem sempre abraços para apertar e lábios para beijar suprem o que eu sinto diante de quem sou. Nem mesmo as mentiras.

Tampouco quando olho pra cima e penso em Deus, ou se creio ou não creio nele, por que nem os anjos dele me fariam sentir-me aconchegado!

Recebido por alguém de braços abertos, beijado por muitas mulheres, com dinheiro pra beber e sozinho, incondicionalmente sozinho, tristemente sozinho, quer seja por querer insistir nos erros de sempre, ou como mesmo me disse alguém que sequer me lembro quem: "talvez por que você sempre insista num padrão que não lhe quer, ou por que se satisfaça em ser rejeitado e correr atrás".

No meu limite eu acho que nunca estou por que nunca tive e nunca conheci esse, mas é horrível viver assim sem um amor, sem alguém que você conquistou, que está com você e você confia. Adquirir confiança, você adquire até manipulando, mas encontrar alguém confiável é quase impossível, quase impossível encontrar alguém que se caracterize como aquilo que eu queira...Talvez eu não queira nada, nem ninguém, quantas vezes quando eu tinha menos idade questionei isso à Deus; Por que vim aqui? Deus nem sempre é a solução, que graça tem viver cheio de Deus afinal e ninguém por perto? Já vi demais isso nos outros também...

Hoje, vivo cheio de mim mesmo, digo cheio não de não aguentar mais, mas de conhecer até demais, adoro ouvir outros falando de mim como se conhecessem e soubessem lidar com esse eu que eu sempre fui e que aos poucos fui conhecendo, a verdade é que eles não sabem que eu sou, sabem apenas de parte de tudo e parte do que pretendo, eis o medo de toda humanidade: Daquilo que desconhecem.

Já não tenho mais medo da solidão por isso, vejo-a como uma companheira de todos os dias, com quem tenho que conversar, abraçar e beijar e ainda amar como se fosse não um castigo mas minha melhor amiga diante da pior coisa que existe na vida que é viver sem amar!

Clóvis Correia de Albuquerque Neto
Enviado por Clóvis Correia de Albuquerque Neto em 17/10/2012
Código do texto: T3936991
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