CRÔNICA DE UM AMOR PROIBIDO

Por: Lindoval Rodrigues Leal

Ela relutara quase que uma semana para não ceder à tentação de ligar para ele. Não, não poderia! Seria o fracasso de um esforço desmedido para sufocar um sentimento que nascera do nada... Este sentimento invadira sua alma e ela já não conseguia raciocinar direito para tomar as decisões, que no seu modo de pensar seriam as mais corretas e sensatas.

Há dias pairavam o questionamento se o que estaria sentindo seria uma paixão passageira de verão, ou um sentimento mais profundo, que na linguagem dos poetas apaixonados poderia ser traduzido pelo sentimento amor. Tudo parecia muito confuso naquele momento. Embarcara naquela aventura, durante as longas madrugadas em claro, navegando no espaço cibernético, trocando confidências com uma pessoa que conhecera há pouco, mas que a encantara de forma surpreendente. Sim! Estava completamente apaixonada! Só podia ser isso!!

Queria respostas para suas indagações, mas no seu intimo só surgia vontade louca de pegar o telefone e ligar para ele e dizer que a saudade a estava consumindo. Que adoraria reviver os parcos momentos que passaram juntos, onde queimaram no causticante fogo da paixão. Onde provara da gostosa loucura do amor proibido!

Quantas vezes correra a agenda do seu celular sempre parando naquele número emblemático com um codinome fictício para não chamar atenção. Sim tinha de agir assim, não podia dar este “mole”, não podia revelar seu segredo, afinal estava trilhando por um caminho o qual ninguém em sã consciência aprovaria.

Mas, ao mesmo tempo questionava-se: Quem poderia regular as leis da paixão? Quem poderia deter a força daquele sentimento pulsando no peito? Ninguém poderia! Já passara por cima de suas convicções em aceitar encontros secretos outrora, agora lutava para não fraquejar... Não poderia cair novamente nas armadilhas do destino que ora apresentava-se tão convidativo e ardiloso...

Contou até dez... Levantou-se, saiu do quarto. Voltou... Não resistiu. Localizou o nome na agenda e acionou o “chamar”. Ansiosa esperou o toque característico da conexão. Do outro lado da linha uma voz masculina atendeu: “Alôoo”... Mas que depressa ela desligou... O coração estava disparado! “Meu Deus, acho que vou ter um enfarto!!!!” – susurrou.

Respirou fundo... Estava tremendo! O zumbido do celular no seu modo “vibrar” lhe chamou atenção... Era ele retornando... Não atendeu. Sabe ela que vencera aquela batalha, mas a guerra estaria longe de acabar... O amanhã seria um novo dia! Razão ou emoção? Quem vencerá? Só o tempo para dizer... Aconchegou sua cabeça no travesseiro e procurou dormir. Já era madrugada!

Porto Velho-RO, 14 de Outubro de 2012.