PRESUNÇÃO...
A presunção é a habitação de um local oco. Não existem paredes, portas ou janelas. Vive-se no imaginário.
Nada há de realidade, portas por onde entre a consciência das dimensões do que somos, janelas por onde sejam vistas as projeções do mundo e das gentes, paredes divisórias que mostrem a desigualdade na igualdade existente e desejada.
Há uma vedação total para os sentidos. Não é percebida a igualdade que desiguala, como em toda a humanidade ocorrente.
A ausência de percepção do presunçoso carrega para todos verem o estandarte da miséria interior, pensando estar acima do real quando está abaixo, por morar no porão do ego, onde habita a irrealidade, o oco de sua construção, feita de migalhas que para a presunção é inigualável tesouro.
O falso que ostenta, visto por todos com clareza, é realidade só para sua deficiente disfunção.
Quem se apossa do que não tem, nunca irá ter o que um dia poderia possuir, muito mais quando se trata de crescer como pessoa.
Essa edificação, edificada sobre o nada, nada será, nunca.
Não prospera na vaidade a vontade solitária de ambições sem lastro, como um filete de água que caminha infrene no deserto para secar em algum ponto.