Dentro e fora de mim.
 
Sinto na pele a realidade de um tempo; a realidade deste tempo onde saio às ruas e observo nos rostos desconhecidos os sintomas dos acontecimentos cotidianos. Meus ouvidos escutam o barulho do trânsito engarrafado e crianças observam através do vidro do carro a minha passagem junto aos demais transeuntes dentre fragrâncias que exalam diferentes odores nos espaços vivenciais. Sou eu, sob imagens que ofuscam meus olhos pelas ofertas de entretenimento nesse constante aguçar dos desejos humanos. Possuo em meu corpo os sintomas do cansaço urbano advindo das obrigações sociais que muito exigem de mim na constante necessidade de me manter no equilíbrio dos direitos e deveres. O meu intimo transita pelos diversos fios do pensar e me atira em diferentes reflexões ditando alguns declives no meu modo ímpar de ver e descrever o mundo. Nos dias de sol costumo ir à praia contemplar a paisagem e liberar minha mente no prazer ofertado pela “liberdade” perante a viagem poética que a cidade me propicia nessa minha contemporaneidade viva e atuante no complexo e infindável processo das relações. E pelas noites de distrações percorro os bares a tomar alguma bebida num auxilio calmante de mim mesmo no esparramar de conversas descontraídas com os amigos que conheço e vou conhecendo e convivendo nas ações do meu interagir, e ainda encosto meu corpo noutro corpo na ânsia do gozo que busca algum “prazer”. Esse é o ritmo “natural” de como vou preenchendo a passagem dos anos nos anos de minha permanência terrena que me metamorfoseia num “misto vivente” onde sobrevivo dentro deste e de outros mundos inventados. Sim, sou este simples rastejante pensante cheio de imperfeições e curiosidades, contaminado com os acúmulos “culturais” que me dá “algum” sentido nessa trama verídica e efêmera de minha percorrida existencial...
 
 
 
 
 
 
Por: Valdon Nez 
Valdon Nez
Enviado por Valdon Nez em 14/10/2012
Código do texto: T3932477
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