SE NÃO FOR CRÔNICA... É CURÁVEL.
Todos os gêneros literários são belos, porém, as peculiaridades da crônica me inclinam para ela.
Comumente e enganosamente, classifica-se por crônica, quase tudo que se escreve.
Escrever é uma delícia; dar vida às letras é ser fazedor de milagres – conduzir o abatido ao riso, o de espírito alegre ao pranto, o cordato à ira.
Despertar o interesse pela leitura, de quem escolhe o que ler, pela extensão do texto ou ainda, se o mesmo é ilustrado... é conseguir o extraordinário!
Esses santos fazedores de milagres são raros.
Há um suposto "milagre literário," bastante visto em sites: a transformação de certos gêneros literários, em crônicas.
Li certo comentário, onde alguém disse: – O que o autor diz ser... é o que é!
Enganosa conclusão!
Como dizer que bolo é cuscuz, e/ou vice-versa? Ambos são saborosos, porém, cada qual, possui uma receita específica que se não for seguida... desandará.
A Literatura e seus gêneros maravilhosos – mesa farta, pratos variados, cada qual, com a receita própria.
Invencionices nos levarão a seguimentos oriundos do original, que deverão receber nomenclaturas, e/ou denominações específicas. Fato é que, quando compartilharmos experiências, concernentes às regras literárias: suas estruturações, etc., neste caso à crônica, há quem cometa o equívoco de falar sobre liberdade de expressão escrita, que nada tem a ver, com regras de estruturação. A liberdade de expressão, que nos é devida, concerne ao direito de expressão literária: pensamentos, ideologias, de forma escrita, através dos diversos gêneros literários.
Há grande diferença, entre liberdade de expressão, e transformar o já concebido, em algo que nos apraz., ou mudar nomenclaturas de gêneros literários, e dizer: o texto é meu, classifico como quero!
Como dizer que pão é bolacha? Para quem nunca viu uma bolacha... Tudo bem! Mas, ao que a conhece... jamais engolirá tal afirmativa.
A receita para uma crônica está, em qualquer tema que o autor saiba dosar a sua criatividade distribuindo crítica e humor, em linguagem coloquial – ao entendimento do leitor – ; visão pessoal, particular sobre o fato proposto; poetizar descompromissadamente; falar de coisas sérias como se fosse conversa fiada.
A receita poderá não dar certo, se a dosagem de citações, de outros autores interferirem no contexto , porém, se colocadas em notas de rodapé... estarão obedecendo ao proposto literário.
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