Solidão em tempos de falência da reflexão
Realmente, falta maturidade a muita gente.
A internet deveria ser um instrumento de transmissão de conhecimento. Um local privilegiado de pesquisa, de (in)formação, de fórum de discussão e de debate intelectualizado - inclusive a partir de um olhar crítico sobre a própria realidade em que se vive.
Entretanto, como exigir isso em pleno bloco histórico pós-moderno?
Às vezes - confesso -, me sinto quase que sozinho, ao pensar desta forma. Percebo estar indo à contramão das "normas" e "hábitos" sociais. Hábitos de pessoas - inclusive pessoas queridas e amigas - que se diminuem, ao usar de forma apequenada a internet para espaços prosaicos, fúteis; de "macartização" da vida privada de terceiros - ainda que tais escritos virtuais sejam autênticos ou apócrifos; genuínos ou manipuláveis ao sabor do tempo e da opinião alheia.
Perdeu-se praticamente na sociedade do século XXI o senso crítico, de opinião, de pensamento e de razoabilidade.
E o pior que eu vivo no meio desta sociedade.
Tento fugir deste medianeiro de mediocridade, mas por mais que eu tente evitar, a sensação que tenho é que os respingos dela tentam me atingir, por mais que eu tente pensar, analisar - ou, talvez, na tarefa mais árdua e ingrime, que é, ao menos, tentar ajudar aos demais refletirem de forma crítica.
Mas o reflexo de uma sociedade extremamente individualista e atomizada ao extremo, em pleno mundo virtual (dos correios eletrônicos, das redes sociais e dos "MSN's" da vida), resulta na formação de um ser humano limitado, pequeno e acostumado aos assuntos mais simplórios. Um ser humano acrítico, que não é forçado a pensar. Um ser humano condicionado às opiniões alheias de um O GLOBO, uma VEJA, um Estadão ou Zero Hora, sem levar em conta as idiossincrasias contidas nestes impressos e a linha político-ideológica de quem os gerem.
Enfim... um conjunto de cidadãos onde temos que, pacientemente - mesmo entre tantas incompreensões e vicissitudes da vida -, ajudá-los a pensar, como gostaríamos que os mesmos fossem à medida da nossa singela vivência.
Entre um mar de futilidades e de ignorância, uma gota de esperança.
Ainda é possível. Basta crer!
Agora, como fazer valer, em tempos extremamente hostis?