Meu pequeno bosque

Meus tempos de juventude - História verídica


No final da década de 60, pós-falecimento de meu pai, infortúnio que ocorrera no final do ano de 1965, continuei convivendo com minha mãe e minha irmã que logo faria 20 primaveras.

Passei a administrar os poucos bens e recursos financeiros da família.

Na chácara não muito distante da nossa casa havia algumas arvores frutíferas de abacateiros, pés de jabuticabas e pés de mangas, arvores produtivas formando um pequeno bosque.
 No pé de manga minha mãe havia plantado algumas mudas da folhagem Costela-de-Adão, a folhagem subira com seus cipós ate a copa da arvore construindo um belo ornamento.
Junto aos pés de cada arvore havia construído um enorme vaso de bambus e plantado flores, junto aos vasos de bambu, havia fabricado bancos de madeira, os pés das arvores mantinha pintado de branco com caiação.  Minha mãe tinha a alegria do prazer de toda manhã após o café varrer todo o bosque com vassoura de ramos verde.

Na primavera, durante o mês de setembro os pés de jabuticabas ficavam todo florido branco parecia coberto de neve e cheio de abelhas coletando pólen, logo depois vinham as jabuticabas maduras, doce como mel.
Durante a florada das mangueiras elas ficavam com cachos de flores amarelas como ouro, depois apareciam as bolotas verdes, vindo logo depois os frutos amarelos como bolotas de ouro espalhados por toda a copa da arvore.

 A mangueira era a minha arvore preferida, sua copa fazendo sombra era imensa e agradável, nos finais de semana principalmente no verão, nos dias de calor intenso eu colocava uma rede de tecido e passava as tardes devorando meus livros.

Quando terminei meus estudos no final do ano de 1967, em Taubaté transferira minha residência do Vale do Paraíba para a capital, voltando somente nos finais de semana, no mesmo ano minha família se mudaram da chácara e eu abandonei o “Meu pequeno bosque”.

Como dizia o poeta na composição Trem da vida;

Se ainda fosse aquele velho dia,
escolheria um novo rumo; ressurgiria.
Nesta história eu não errei, não me arrisquei.
Fiz tudo, o esperado, mas chorei.
Verso de Rafa Mendonça.


NOSLEN OLEBAR e Rafa Mendonça
Enviado por NOSLEN OLEBAR em 14/10/2012
Reeditado em 18/10/2012
Código do texto: T3931460
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