Ainda estou vivo!
Já faz um tempinho, tive uma complicação de saúde que me levou a uma UTI e lá, durante alguns dias, convivi com o risco de bater as botas. E que ninguém duvide que é um suspense danado sentir a morte resvalando na gente e baforando no cangote. Mas é óbvio que não morri, porque aqui estou eu mesmo contando isso, sem a caridosa ajuda de algum médium.
Muita coisa passeia em nossa mente com mais nada para fazer, se não pensar na finitude desta existência terrena. Porém, de relevante, durante aquela experiência descobri algumas coisas sobre mim.
Uma delas foi que não senti medo de morrer, porque a circunstância do além vida é uma dúvida que me instiga a curiosidade, mas não me apavora. Outra, foi que muito me angustiou perceber que poderia deixar pendências para trás que pudessem embaraçar meus entes queridos. Todavia, senti um certo conforto por notar que pouco deixaria que inspirasse orgulho, mas que menos haveria que constrangesse de vergonha.
Ultrapassado o susto, entretanto, a impressão retardatária que se instalou foi de que morrer não é, em si, uma tragédia. Problema, mesmo, não é a morte quando chega, mas sim, não viver quando se pode.
E a vida pode, sim, ser preenchida com inúmeras atividades que nos distraiam, que aparentemente nos compensem e que, enfim, pareçam dar algum sentido em estar vivo; mas com o coração vazio ela é oca em sua essência.
Não posso dizer quando irei morrer, contudo, escolhi não desperdiçar a oportunidade de viver.
Assim, optei por cuidar melhor de quem amo, amparar quando consiga a quem precise e plantar sorrisos indistintamente nas faces alheias, sempre que isso se mostre possível. Tudo isso toma tempo, sobrecarrega os ombros e fatiga a mente e o corpo; mas, sem dúvida, é gratificante.
Apesar de tudo, confesso que não sou candidato a santo e, certamente, não conheço quem possa me qualificar como um anjo de candura. Sinto falta da vida noturna, de um ou outro excesso de vez em quando e cultivo com pouco disfarce alguns pecados capitais ainda latentes. Antes que a morte volte a me rondar, preciso achar um tempinho em minha apertada agenda para dar vazão, também, a tais propensões não tão elogiáveis.
Afinal, ainda estou vivo!!!
.oOo.
Já faz um tempinho, tive uma complicação de saúde que me levou a uma UTI e lá, durante alguns dias, convivi com o risco de bater as botas. E que ninguém duvide que é um suspense danado sentir a morte resvalando na gente e baforando no cangote. Mas é óbvio que não morri, porque aqui estou eu mesmo contando isso, sem a caridosa ajuda de algum médium.
Muita coisa passeia em nossa mente com mais nada para fazer, se não pensar na finitude desta existência terrena. Porém, de relevante, durante aquela experiência descobri algumas coisas sobre mim.
Uma delas foi que não senti medo de morrer, porque a circunstância do além vida é uma dúvida que me instiga a curiosidade, mas não me apavora. Outra, foi que muito me angustiou perceber que poderia deixar pendências para trás que pudessem embaraçar meus entes queridos. Todavia, senti um certo conforto por notar que pouco deixaria que inspirasse orgulho, mas que menos haveria que constrangesse de vergonha.
Ultrapassado o susto, entretanto, a impressão retardatária que se instalou foi de que morrer não é, em si, uma tragédia. Problema, mesmo, não é a morte quando chega, mas sim, não viver quando se pode.
E a vida pode, sim, ser preenchida com inúmeras atividades que nos distraiam, que aparentemente nos compensem e que, enfim, pareçam dar algum sentido em estar vivo; mas com o coração vazio ela é oca em sua essência.
Não posso dizer quando irei morrer, contudo, escolhi não desperdiçar a oportunidade de viver.
Assim, optei por cuidar melhor de quem amo, amparar quando consiga a quem precise e plantar sorrisos indistintamente nas faces alheias, sempre que isso se mostre possível. Tudo isso toma tempo, sobrecarrega os ombros e fatiga a mente e o corpo; mas, sem dúvida, é gratificante.
Apesar de tudo, confesso que não sou candidato a santo e, certamente, não conheço quem possa me qualificar como um anjo de candura. Sinto falta da vida noturna, de um ou outro excesso de vez em quando e cultivo com pouco disfarce alguns pecados capitais ainda latentes. Antes que a morte volte a me rondar, preciso achar um tempinho em minha apertada agenda para dar vazão, também, a tais propensões não tão elogiáveis.
Afinal, ainda estou vivo!!!
.oOo.