A GESTAO DA RESPONSABILIDADE
Makinleymenino
Out 2012
Crônica
Há o que se dizer da responsabilidade, sobre seus variados aspectos, ações e determinantes. É uma obra prima o ser que a domina magistralmente espelhando o significado grego “respon”, o mesmo que independência e na origem do latim “sabili”, que significa sábio. Nas discussões o termo aparece destacando-a como a obrigação de responder pelas próprias ações do seu livre-arbítrio. No campo jurídico, é defendido que a falta do livre-arbítrio não cabe à responsabilidade individual e que as ações praticadas não podem ser responsabilizadas pela falta da livre e espontânea vontade.
Vemos nos noticiários corriqueiramente nos dias de hoje cenas de edificações entrando em colapso e desabando, um transito imprudente matando como um matadouro de bois de corte, atulhando as famílias de tristeza e saudade, deixando a sociedade atônita, perplexa com os acontecimentos causados pela falta de gestão da responsabilidade, o desinteresse, a imprevidência do assunto.
A ingerência do sistema algema os seres aos seus modos e costumes tornando esta endorfina da falta de responsabilidade um alívio coletivo de que toda esta liberdade e conjunto de obrigações pertencem à outra pessoa. É comum nos dias de hoje gastar o dobro e até quatro vezes mais em uma atividade por que as pessoas confundem a gestão da responsabilidade com oportunidades equivocadas que geram um oportunismo inescrupuloso incrementado de tamanha arrogância e ignorância. E quem paga esta conta absurda de carregar outras pessoas nas costas não é a política nem os governantes de qualquer esfera, pois como na época do feudalismo a conta é minha, sua que a pagamos com o que temos: galinha, gato, cão e mais impostos, relevando ainda que a maior parte deste bolo é paga pelas empresas despreparadas da avalanche de evolução de normas e portarias de instituições delegadas.
Na verdade não mudei minha ideia de que as pessoas esperam um super-herói para salva-las das suas decisões equivocadas e falta de planejamento, porque não sabem o que fazer. E assim também, são aqueles que nos elegemos nas eleições imaginando que legislariam com a responsabilidade e gerência esperada. Para nossa frustração, desalinham nossos ideais de que ainda é bom fazer as coisas certas e incorruptíveis, que dinheiro é bom, mas somente aquele do nosso suor, nada mais. Por fim, esta obrigação significa o dever de quem procura a sabedoria e conhecimento na liberdade.
“A liberdade é pesada. Tem caráter opressivo ao sobrecarregar os meus ombros com o peso do meu ser, e com o peso do mundo. Mas é o único valor, porque não se apoia senão em si, e é o valor absoluto porque só através da liberdade pode haver valor”. (SILVA, 1997 p. 84).