LAÇOS DE SANGUE
Família é um universo que se divide em dois conjuntos: um núcleo maior, que denomino de núcleo geral, formado por avós, netos, tios, primos, sobrinhos, genros, noras, enteados e mais um monte de gente; e um núcleo menor, que chamo de núcleo duro e que engloba pai, mãe e filhos/irmãos. Esse núcleo duro é a família de fato.
Os membros do núcleo duro passam a vida se digladiando por vários motivos, pois a vida é uma ciranda ou uma roda viva ou uma roleta-russa. Brigam por falta de dinheiro, por excesso de dinheiro, por inclinações heterodoxas na vida afetiva, por princípios divergentes do resto do núcleo no que diz respeito a religião, política, ética e muitos e muitos outros, por vícios inaceitáveis de um ou mais membros do clã, por recalques de todos os tipos trazidos da infância, adolescência, por coisas até inomináveis. Os membros da família passam a vida se amando e se odiando, a depender da fase da vida – ou da lua, para as famílias naturebas e/ou exotéricas...
Mas, acima de tudo, o que deve prevalecer entre os membros do núcleo duro dessa célula-mater é o sentido de união que subsiste, virtualmente, entre todos – um laço de sangue que parece envolver a todos e se concretizar em momentos de exceção. Família que é família se une, em função de um dos membros, quando a coisa fica feia.
Quando um dos membros cai em desgraça, os membros restantes precisam estar a postos para ajudar no que for preciso e dentro das suas (im)possibilidades. Seja com grana, seja com apoio emocional, seja dando força, seja perdoando o que precisa ser perdoado...
Família que é família se amarra com laços de sangue...