Um Cara Estranho (Autocrítica)
Cara,
Você é o cara mais estranho que eu já conheci
Eu Nunca consegui entender Você.
Tem horas que Você parece um Doutor de colarinho duro
Olhar sério, sorriso contido, ajeitando os cabelos cuidadosamente
Parecendo que não precisa de ninguém para sobreviver.
Domínio total sobre os seus sentimentos
Sorri para si mesmo orgulhosamente dando pouco valor às opiniões alheias
Nós dois sabemos que você já ficou de joelhos
Mais de uma vez madrugadas adentro
Com as suas lágrimas escorrendo para o mar
Você jogou o passado de volta na sua cara inúmeras vezes
E cheio de erros e pecados perdeu o sono e o próprio Amor.
E sem saber por que você persiste em viver
Um mundo só seu.
Cheio de vazios onde nada lhe falta
Ali você tem tudo o que precisa
Nada.
Como um grande Chef de cozinha
Você separou com extremo cuidado
Os ovos sobre o fogão automático
Estralou-os num fundo de azeite quente
E é ali que você se realiza
Avaliando a diferença entre o sonho e o pesadelo
Faminto afoitamente come crú a clara e a gema
Acrescentando teimosamente sempre sal em demasia
E geme de azia pelo azeite que sempre reaproveita para o seu viver.
Melhor que você criasse coragem
E fosse no banheiro
Quebrasse esse maldito Espelho e que os seus cacos nos tranpassasse
Para eu aquebrantado nunca mais ver você.
- Difícil é reconhecer que o que nós somos nem sempre é o que pensamos ser.