RAZÃO DE VIVER

Prof. Antônio de Oliveira

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Guerrilheiros ou guerrilheiras de ontem, hoje... ou foram mortos, ou morreram no ostracismo, ou estão no poder ou, amadurecidos, vivem humildemente por alguma causa nobre. A propósito, eis o que disse o psicanalista Wilhelm Stekel: “A característica do homem imaturo é aspirar a morrer nobremente por uma causa, enquanto que a característica do homem maduro é querer viver humildemente por uma causa”. Nesse sentido, podem ser considerados sinônimos de maduro: refletido, prudente, ponderado; amadurecido, maturado. O contrário de todos esses adjetivos é imaturo, isto é, que não tem maturidade.

Todo mundo é capaz de viver humildemente por uma causa nobre, um motivo superior. Servir ao próximo, profissional ou voluntariamente, é um ideal elevado, um fio de conduta, uma ou a grande razão de viver. Tem muita gente que vive assim no seu dia a dia. E isso independentemente de condição social, idade, sexo, cor, nível de escolaridade, área de atuação. Aliás, não entendo religião que não se traduza em servir.

Ah, se os políticos se mostrassem sempre tão atenciosos como em época de campanha eleitoral! Crianças são tomadas ao colo, acarinhadas, beijadas. Todo mundo é abraçado. Política, em si, é uma causa nobre, nobilíssima. É até uma arte. Mas quanto desserviço em nome dessa causa... Curioso, uma vez eleito, passa-se a estar político com o povo. Essa expressão “estar político com”, em linguagem popular, significa justamente estar zangado, de relações cortadas, de costas para alguém.

Em época de eleições a figura de Justo Veríssimo volta à ordem do dia. Personagem de Chico Anysio, esse corruptocrata, entre outras coisas, dizia: ”tenho horror a pobre” no rastro do jargão “quero que o povo se exploda”. Muitos de nossos políticos, se não dizem, pensam do mesmo jeito, afinados no tom daquele outro jargão: “Eu quero é me arrumar”. Nisto consiste sua razão de viver. Por que é que tem que ser assim?... Com a palavra o eleitor.