A arte de conquistar: superar o espelho
Os livros que tratam sobre negócios muito me inspira a entender melhor o relacionamento. Embora existam os críticos intelectualizados, que não gostam de dinheiro, e ficam à vida inteira reclamando de como ganhá-lo, eu apenas aprendo com esses livros. Não os sigo à risca, porque se condicionamento realmente existisse, as pessoas não beberiam, nem fumariam.
Como meu motivo aqui não é fazer teoria, até porque gosto mesmo é de aprender com a prática, e minha prática se chama: ver as pessoas fazendo as coisas e delas tirar o que for melhor.
Estou neste momento consultando aqui um livro, bastante interessante por sinal, chamado “ah! Eu não acredito!” de Sérgio Almeida. O autor coloca questões referentes ao tratamento com os clientes. Eu, que sou um 'bom aluno', faço sempre uma analogia com aquilo que mais me interessa: entender as mulheres!
Ele escreve: 'cumprimente com entusiasmo'; 'sorria'; 'pergunte'; 'escute'. O autor está falando da função por exemplo do vendedor, que recebe um cliente que vem de fora. Um cliente que, dependendo da personalidade, vem perdido; vem carente; vem decidido!; vem perturbar; vem apenas sondar, etc. Tipos de clientes existem vários. E o pensamento do vendedor é só um: vender! Não vejo problema neles fazerem isso. Ao contrário: acho isso apropriado, já que o objetivo mesmo é se focar em algo. E vender, significa ganhar e ganhar significa além de ter dinheiro e poder usufruí-lo, significa também ter o prestígio de trabalhar bem.
Mas a questão aqui é outra: e no caso das mulheres, como conquistá-las? Bem aí tá a questão. Primeiro, quando o homem chega na mulher ele não é igual ao vendedor. Porque o vendedor chega em alguém que está dentro da loja. Os que oferecem produtos fora da loja são considerados menos interessantes. As pessoas não falam, mas nós não gostamos de ser 'fisgados' por vendas avulsas feitas em corredores de shopping ou pior: vendedores ambulantes. O ambulante tá muito mais preocupado em 'aparecer', do que propriamente conquistar o cliente. O cliente pra ele não existe. Ele quer mais plateia do que vender. Alguns, justamente por serem 'artistas' é que acabam vendendo. Tiririca se elegeu pela plateia e não por ser 'politico'. Tem o lado interessante nessa história: como eles são artistas, a venda fica em segundo plano. Ou seja: o negócio deles mesmo é aplauso. Senão aplauso, ao menos um sorriso dos que estão passando. O vendedor do corredor do shopping já é mais moderado. Tá ali, discretamente pra oferecer um produto, e tem que fazê-lo de maneira elegante.
De qualquer maneira o que vale é: quando entramos numa loja, seja de maneira cabisbaixa seja com altivez o que importa é que somos desejantes. Aí, o vendedor apenas nos aborda. Ou seja: o vendedor está em grande vantagem. Fomos nós que fomos até lá. Ou seja: cativar o cliente é muito mais simples, do que chegar, 'na doida' numa mulher numa boate por exemplo.
Primeiro, porque ao se chegar numa boate, embora se esteja chegando com a 'cara e a coragem', se está chegando sem nada. Não há sobrenome, não há profissão, não se tem hierarquia. Ou seja: aquilo que cada um conquistou fora, ao longo de sua vida é desfeito ali na boate. Ou seja: o lugar conquistado é simplesmente desmerecido. Na verdade, existe um falso lugar, um lugar imposto sob forma de devaneio. A mulher simples, entra de graça, mas rebola e se entusiasma como se estivesse realizando seus desejos: 'ser a melhor da festa'. O problema é que dentro da festa – 'onde tudo está bombando' – é apenas um imaginário construído em torno de um sonho. Querer ser a mais gostosa; querer ser o mais bonito; o homem mais alto se impõe por sua postura; é um semblante interessante, mas rodeado também em torno de um delírio. A gata sarada do pedaço, se impõe com seu vestido decotado. No fundo, todos, com exceção dos garçons e balconistas e dos cantores – que certamente são os melhores da festa – estão apenas viajando. Querendo ser aquilo que não são.
Na verdade, existem aqueles que são. E estes, também pode estar nessas festas, mas certamente não estarão devaneando. Ou seja: estarão lá pra dançar e menos pra se exibir. Mas, estarão lá pra festejar; pra viver de uma alegria contagiante. Quererão muito mais que passar pelos outros, sem os cumprimentá-los. Quererão muito mais ser gentis; quererão mais que olhar para o próprio espelho; a imagem refletida pelo homem da festa é apenas a máscara que ele fantasiou ao vir do banheiro. Não é à toa que o banheiro é o local que mais as pessoas procuram numa festa ao chegar. As mulheres principalmente. Isso mostra que elas também estão vivendo com seu narcisismo à flor da pele.
Superar o próprio umbigo é mais interessante.