O CÚMULO DA HIPOCONDRIA

Contando assim parece até mentira de tão ridículo, mas o caso foi o seguinte: eu tinha passado num determinado concurso público e para assumir o cargo eu precisava fazer uma bateria geral de exames, para atestar que estava gozando de boa saúde.

Se por ventura os exames não atestassem que a minha saúde estava em dia, eu perderia a chance de assumir meu cargo e em função disso, eu comecei a entrar numa espécie de surto hipocondríaco. Fiquei completamente paranóica imaginando que eu poderia ter toda a sorte de doenças, embora não estivesse sentindo absolutamente nada.

Comecei a revisar todo o meu corpo para me certificar de que estava tudo na mais absoluta ordem e foi aí que encontrei uma coisa meio estranha, num lugar meio esquisito.

Fui ao meu ginecologista, entreguei para ele a lista dos exames que eu precisava fazer, ele verificou a minha pressão arterial e afirmou que estava boa, embora eu continuasse insistindo que treze por oito era uma pressão alta demais, e depois disso, eu disse assim:

- Doutor, eu ando sentindo uma coisinha meio encaroçada bem ali, no caminho das índias, sabe? Bem entre a periquita e o fiofó. Eu preciso que o senhor dê uma olhadinha pra ver o que é que tem ali.

Muito bem, o médico foi me examinar, e lá pelas tantas, ele tocou no tal lugarzinho e perguntou:

- É aqui que você ta sentindo o carocinho, Luciana?

E eu muito aflita disse:

- É sim, Doutor. Afinal, o que é que tem aí?

- É só a dobra da tua bunda, Luciana.

Bom, depois de encrencar até com a dobra da minha própria bunda foi que eu percebi que estava ficando meio pirada com esse negócio de ter que fazer exames.

No final deu tudo certo e os tais exames não acusaram nada de errado, a única doença que eu tinha era a própria hipocondria mesmo, ou seja, o próprio medo de estar doente.

A Alquimista
Enviado por A Alquimista em 10/10/2012
Reeditado em 06/03/2013
Código do texto: T3924892
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