Juntos Contra o Bullying
Dou inicio a este texto, diante da matéria publicada no jornal Correio do Povo. O jornal traz que em Porto Alegre foi sancionada lei contra o Bullying, onde a última semana do mês de setembro será destinada para abordagem do referido assunto nas escolas. A lei sancionada institui a semana “Juntos Contra o Bullying”, de autoria do vereador Waldir Canal. O autor levou em consideração o alto número de vítimas de Bullying na cidade, onde dados apontam que Porto Alegre é a quinta capital com mais ocorrência deste fenômeno em nosso país. Importante lei que deveria se proliferar com celeridade, pois moramos em municípios pequenos, mas que nutrem problemas constantes de cidade grande.
Interessante ainda, é saber que o referido tema será abordado nas escolas em Porto Alegre, tida muitas das vezes como raiz do fenômeno, na certeza de que estes debates devem ser permanentes com as crianças, com os pais, com as famílias. Estou neste momento na biblioteca de uma faculdade, e me questiono o quanto de humilhação, de maus tratos, quantos já foram intimidados por aqui, quantos outros foram afrontados pelos agressores e responderam a tudo de forma silenciosa... E ainda, pensar que alguns outros não concluíram seus cursos justamente por este motivo, e os formados carregam junto do diploma o tormento. Existem os que conseguem lidar com o problema, superam e vencem, estes são os resilientes.
A psiquiatra Dra.Ana Beatriz Silva, aborda o tema no livro intitulado “Mentes Perigosas nas Escolas”, pontua a autora que quando as “brincadeiras” são realizadas repletas de “segundas intenções” e de perversidade, elas se tornam verdadeiros atos de violência que ultrapassam os limites suportáveis de qualquer um. Além disso, é necessário entendermos que brincadeiras normais e sadias são aquelas nas quais todos os participantes se divertem. Quando apenas alguns se divertem á custa de outros que sofrem, isso ganha outra conotação, bem diversa de um simples divertimento. As palavras da autora nos fazem crer o quão às brincadeiras “descomprometidas” são providas de danos a vida do ser humano. Estas brincadeiras isolam o agredido e o torna incapaz de responder a agressão sofrida.
As brincadeiras geralmente brotam em grupo, em uma roda de “amigos”, o que é de praxe nas escolas, nas faculdades, no trabalho e etc. Na escola com ênfase, pois este é o ambiente que alavanca nossa jornada rumo à vida adulta, onde somos imersos ao aprendizado a convivências diversas, e damos desta forma o ingresso à vida em sociedade. O bullyng pode ser praticado verbalmente por ofensas, insultos, apelidos pejorativos... De forma física e material, por espancamento, roubo, destruição de pertences... De forma psicológica e moral, por humilhação, isolamento, desprezo, discriminação, perseguição... De forma sexual, por abuso, assédio... E de forma virtual, onde os avanços tecnológicos possibilitam tal afronto através das redes sociais. Há o agressor propriamente dito, e o segundo agressor, aquele que vê tudo e nada faz.
Em fim, este é um tema que renderia inúmeras considerações, por sua importância e por seu total afronto a vida do ser humano, podendo torná-lo incapaz de freqüentar de forma sadia a vida social. O Bullying esta presente, na escola de teu bairro, na escola que estudamos. Nas faculdades e em tantas outras repartições. E se ele esta presente, não podemos nos ausentar de nosso papel, fundamental na luta contra este fenômeno destruidor. Vamos lá debater, fomentar ideias e construir dias melhores. Com as palavras de Renato Russo, na Canção “Será”, convido a ti para refletir:
Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?