Dia de eleição, dia de festa?

No último dia sete de outubro, também fui à urna como um bom brasileiro, cidadão cumpridor de minhas obrigações cívicas sociais.

Pelas ruas caminhando e ao adentrar o local da votação, encontrei muitos concidadãos também cumprindo sua obrigação, que dizem ser um direito. Deveria nos ser dado o livre arbítrio, o que em meu entender caracterizaria melhor o exercício do direito. A obrigatoriedade é algo que devo fazer para cumprir uma determinação legal, seja esta natural ou não. Existem leis que são fisiológicas, às quais para melhor desfrutar minha vida, deverei cumpri-las. Neste caso a penalidade é a indisposição, a doença ou até o óbito. Já as leis não naturais são aquelas impostar pelo pudor, as quais variam de sociedade para sociedade. Também aquelas que determinam o limite da liberdade o direito de ir e vir, o da propriedade, o do respeito de cada um pelo seu igual, baseados em normas estabelecidas pela sociedade que integramos e constituímos.

Foi observando tudo isto que em dia de eleição em cada uma das seções paira um clima de apreensão. Parece que no ar está algo indecifrável que amedronta e inibi a alegria do eleitor.

Em nosso dia a dia, quando exercitamos um direito, o fazemos com alegria, cheios de esperança de uma vida melhor. Não foi isso que presenciei no ato da votação. As pessoas talvez por não acreditarem nesse ato democrático do votar e ser votado ou talvez por coação psicológica, não manifesta alegria ao exercê-lo a não ser, os candidatos diante das mídias, quer dizer fazendo poses para melhor ficar na foto.

Pois é eu ainda acredito que um dia iremos às urnas com grandes sorrisos por saber que iremos eleger um cidadão capaz de nos representar e nos respeitar, com dignidade. Sua atuação em benefício da sociedade igualitária e constituída, sobre o bem viver e aos princípios regidos pela nossa Constituição, será baseada em que todo o direito emana do povo e por ele é exercido.

Aí, dia de eleição será uma grande festa, como hoje fazemos ao sagrar-se campeão o nosso time preferido, no carnaval e em outras tantas da sociedade brasileira.

Bem, de acordo com a legislação brasileira já sou idoso.

Será que presenciarei um dia, em meu povo, a alegria de votar e eleger candidatos preocupados com o bem comum?