Coisa, coisinha e coisar.

Este texto fala sobre o meu ódio da palavra coisa e seus derivados.

O tempo aumentou o meu ódio pela palavra coisa e por seus similares: coisinha e coisar. Acredito que essa raiva acontece por ver essa palavra repetida milhões de vezes em TODOS os trabalhos escolares dos meus alunos. Percebi outro dia que nem sempre o uso desta palavrinha é por falta de vocabulário, as vezes é só medo de usar a palavra certa.

Outro dia ao contar uma história para um amigo percebi a seguinte frase se formando na sua expressão: Que porra é essa! Porém ele editou a frase e disse: Que coisa é essa! Apesar do meu ódio por essa palavra tenho que admitir que a coisa tem a vantagem de esconder um palavrão. Ela também é ótima para esconder palavras esquecidas.

A utilidade da coisa para por aí. Não há nada que eu desteste mais do que ser chamada de coisinha. Pode não parecer, mas meus pais tiveram trabalho para escolher meu nome. Eles gastaram horas, dias, talvez semanas para escolher um nome que fosse simples, mas não comum ao extremo. Um nome que pudesse ser pronunciado por magistrados e analfabetos. Um nome que não fosse alvo fácil de apelidos.Aí vem alguém e me chama de coisinha e coloca todo o trabalho dos meus pais no lixo.

O verbo coisar é um dos poucos que eu não consigo levar a sério. O que mais me incomoda neste verbo é que ele não tem serventia nenhuma. A frase continua sem sentido depois que ele é usado. Toda vez que eu escuto o verbo coisar eu substituo pelo verbo mais estranho que me vem a mente. O resultado nem sempre é bom. Alguém diz: Professora, você já coisou a redação. Eu escuto: Professora, você já defenestrou a redação.

Pior que o verbo coisar é só a frase: Você já coisou o negócio. Não dá para entender o que é coisar e muito menos o que é o negócio. Tem que praticamente inventar um sentido para frase. Sério, eu acho estranha essa forma de falar.

Débora Ramos
Enviado por Débora Ramos em 07/10/2012
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